A sigla FOMO vem da expressão em inglês “fear of missing out”, que traduzida para o português significa “medo de ficar de fora”. Esta denominação é usada como o medo de não conseguir acompanhar as atualizações e eventos, o que faz com que a pessoa mantenha-se conectada às redes sociais. O termo também é utilizado para a curiosidade em saber o que os outros estão fazendo, vestindo, comendo, sentindo, etc. (Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP).
É uma sensação de ansiedade e apreensão que surge quando uma pessoa teme estar perdendo experiências, eventos ou oportunidades que outras pessoas estão aproveitando. Embora não seja reconhecida como uma condição médica oficial, o FOMO é uma preocupação crescente na era digital, frequentemente desencadeada pelo uso excessivo das redes sociais (ABP).
Alguns dos principais sintomas são: dedicar muito tempo às redes sociais, usar excessivamente o celular, inclusive durante as refeições, durante o trabalho ou até dirigindo, ter dificuldade em viver o momento e preocupar-se em tirar fotos para publicá-las nas redes sociais, esperar constantemente novas notificações no celular, aceitar propostas para todas as festas e eventos por medo de se sentir excluído, entre outros.
Uso excessivo de redes sociais: a exposição constante a conteúdos que retratam a vida aparentemente perfeita de outras pessoas, incluindo viagens, eventos sociais e conquistas, pode levar à comparação e à sensação de inadequação;
Necessidade de validação social: a busca por aprovação e reconhecimento nas redes sociais pode alimentar o medo de perder eventos importantes ou momentos sociais, levando a uma compulsão por acompanhar a vida alheia;
Isolamento social: o foco excessivo nas redes sociais pode levar à falta de contato social na vida real. O isolamento, seja por voluntariado ou outras circunstâncias, pode aumentar a ansiedade em relação ao que está acontecendo no mundo virtual;
Comparação social: as pessoas avaliam seu próprio valor e felicidade com base no que veem dos outros, frequentemente levando à insatisfação com a própria vida;
Ansiedade e estresse: a necessidade constante de verificar as redes sociais e o medo de perder algo podem gerar ansiedade, estresse e em casos mais graves pode impactar em depressão e outros problemas de saúde mental;
Baixa autoestima: a vida idealizada dos outros nas redes sociais pode afetar a autoestima e a percepção da própria vida;
Problemas de sono: a necessidade de verificar as redes sociais pode interferir no sono, levando a problemas de insônia e cansaço;
Psicoterapia: a terapia pode ajudar a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento relacionados ao FOMO;
Práticas de bem-estar: técnicas de relaxamento, meditação aumentam a conexão com o presente e, consequentemente, podem ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar o bem-estar geral;
Limitação do tempo de tela: estabelecer limites para o uso de redes sociais (reduzir o tempo de uso das mídias sociais) pode ajudar a reduzir a comparação social e o medo de perder algo;
Busca por experiências offline: participar de atividades sociais e culturais na vida real, rotinas ao ar livre (longe da tecnologia) podem ajudar a reduzir a dependência das redes sociais;
Evitar comparar-se com os demais: ter em mente que as publicações geralmente refletem momentos de alegria e são apenas um pequeno recorte da realidade.
É importante buscar ajuda profissional se tais sintomas estiverem causando sofrimento significativo e afetando o bem-estar.
Luiz Xavier é psicólogo clínico e terapeuta sexual.