A chegada do outono nesta quinta-feira, dia 20 de março, reforça a combinação de ar seco e frio que pode aumentar o risco de problemas respiratórios, como rinite alérgica e sinusite. Esses fatores, comuns na estação, têm o potencial de prejudicar o sistema respiratório e agravar os sintomas de quem já sofre com essas condições.
Segundo o médico Eduardo Leme Ferreira, clínico geral e pneumologista do Hospital São Vicente, o outono é uma época particularmente desafiadora para quem sofre de doenças respiratórias. "O tempo seco e frio altera as vias respiratórias, tanto superiores, como a rinite e a sinusite, quanto inferiores, podendo desencadear resfriados, gripes, pneumonias e crises de asma", explica. A mudança de temperatura, típica da estação, causa uma contração dos vasos nas vias respiratórias, dificultando a respiração. O médico alerta que, em função disso, a temporada do outono é quando há um aumento das queixas respiratórias entre pacientes com rinite e sinusite.
Ele também recomenda que, para quem já tem histórico de rinite ou sinusite, cuidados como boa hidratação e evitar locais poluídos são essenciais. "A boa hidratação é fundamental para manter as vias respiratórias lubrificadas e prevenir crises. Além disso, é importante evitar locais fechados e com acúmulo de poeira, como os encontrados em casas com carpete ou em ambientes de trabalho pouco ventilados", reforça o pneumologista. "O ar frio e seco, juntamente com a poluição, afeta diretamente a nossa respiração, e é preciso redobrar a atenção, especialmente em grandes centros urbanos, durante horários de pico."
Em relação ao tratamento, Eduardo Leme destaca que enquanto a rinite alérgica não tem cura, é possível controlá-la. "Existem tratamentos sintomáticos eficazes, como o uso de antialérgicos e corticoides nasais. Já a sinusite, que pode ser mais aguda, tem tratamento específico, incluindo o uso de antibióticos, caso haja infecção", explica. Ele também recomenda a prática de atividades físicas regulares e a vacinação contra gripe e Covid-19, que são importantes para fortalecer o sistema imunológico, uma vez que essas doenças respiratórias têm maior incidência durante o outono e inverno.
O contador jundiaiense Eduardo Miyazaki compartilha seu relato sobre como a mudança de estação afeta sua rinite alérgica e sinusite. "Tenho rinite desde sempre. Durante a pandemia fiz um tratamento muito bom que me ajudou a controlar bastante, mas, depois disso, não consegui retornar ao especialista devido a alguns imprevistos. Desde então, os sintomas voltaram a aparecer", conta Eduardo.
Ele relata que a troca de estação, especialmente no outono, agrava seu quadro respiratório. "Quando as temperaturas oscilam, o meu nariz começa a escorrer e, logo em seguida, começa a espirrar incessantemente, às vezes até 57 vezes seguidas. Isso me incomoda bastante", detalha.
Segundo o contador, fatores como o vento ou a exposição à poeira são gatilhos comuns para o surgimento de crises. "Se eu estiver em um ambiente com muita poeira ou ao lado de um ventilador, é certo que a crise vai começar. Até mesmo o pelo de gato pode desencadear um quadro mais intenso", afirma.
Eduardo menciona que, embora tenha tentado controlar os sintomas com tratamentos curtos, ele sempre acaba dependendo dos antialérgicos, especialmente quando as crises se tornam mais intensas. "Quando a rinite ataca forte, não tem jeito, preciso recorrer ao antialérgico. Mesmo não seguindo um tratamento contínuo, é o que me ajuda a aliviar os sintomas rapidamente", explica. No entanto, ele destaca que, durante o tratamento contínuo, os sintomas tendem a melhorar bastante. "Quando estou com um bom tratamento, os sintomas diminuem consideravelmente. Mas, sem ele, as crises voltam com tudo", conta.
Para quem sofre de rinite ou sinusite, o outono pode ser uma estação difícil, mas com os cuidados certos, é possível ter mais qualidade de vida. A recomendação é manter a hidratação, evitar a exposição a ambientes poluídos e realizar os tratamentos médicos adequados.
A prevenção e o acompanhamento especializado são fundamentais para minimizar os impactos das doenças respiratórias, que têm sua incidência aumentada nesta época do ano.