A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) decidiu deflagrar uma greve que deve atingir todo o estado de São Paulo, começando pelo interior, a partir do dia 21 de fevereiro de 2025. A decisão foi tomada durante a 1ª Plenária Intercongressual “Raquel Guisoti”, que aconteceu nos últimos dias 13 e 14 de dezembro na Academia Paulista de Letras, em São Paulo Capital. A greve, segundo o sindicato, tem como pauta a reivindicação da campanha salarial dos professores da rede estadual de ensino.
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A reunião reuniu cerca de 400 professores no local, segundo informações da Apeoesp. Também foi discutido no dia as recentes medidas tomadas pelo governador Tarcísio de Freitas com relação à educação estadual. De acordo com a deputada estadual e segunda presidente da Apeoesp, Professora Bebel, a plenária teve a finalidade de definir a plataforma de lutas do sindicato. O movimento, segundo a deputada, terá início em fevereiro, com a situação de greve geral a partir de março. Segundo o cronograma divulgado, no dia 21 de fevereiro acontece um ato político e artístico na cidade de São Paulo, quando será entregue a pauta de reivindicações dos professores para a campanha salarial da categoria. A data, de acordo com a Apeoesp, ainda terá atos e atividades regionais. No dia 21 de março, está prevista uma assembleia que deve deflagrar a greve geral da educação.
“Depois de dois dias de intensos debates, estabelecemos que a greve será deflagrada no dia 21 de março, com um grande ato público em São Paulo, em resposta aos constantes ataques do governador Tarcísio de Freitas ao magistério paulista. Não aceitamos a privatização e a militarização de escolas no Estado de São Paulo, assim como queremos o fortalecimento do magistério e da escola pública, para os filhos e filhas da classe trabalhadora”, disse. “Não dá para defender uma escola espetacular se a criança não tem moradia, não tem o que comer. É preciso lutar também pelos direitos básicos que garantam bem-estar social”, destacou a Professora Bebel.
Para Bebel, essa discussão é fundamental neste momento em que, segundo a parlamentar, o governo Tarcísio de Freitas e o secretário estadual da Educação, Renato Feder, “atacam profundamente a educação pública e se recusa a implementar as novas diretrizes, o que resulta em rebaixamento da qualidade de ensino e demissão em massa de professores”, afirmou.
“Temos razões de sobra para fazer uma greve, mas precisamos seguir organizando a luta por nossos direitos e por uma educação pública de qualidade e inclusiva para os filhos e filhas da classe trabalhadora”, concluiu a deputada no congresso.
Também participaram da reunião Leandro Grass, presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), Cesar Callegari, presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação, e com o primeiro vice-presidente do CPERS, Alex Sarat.