26 de dezembro de 2024
NATUREZA

Filhote de onça-parda é flagrado na Mata de Santa Genebra

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
As imagens, registradas entre 29 de novembro e 2 de dezembro, mostram o jovem felino explorando o território

Um filhote de onça-parda, estimado em 5 meses de idade, foi flagrado pelas câmeras de monitoramento da Mata de Santa Genebra, em Campinas. As imagens, registradas entre 29 de novembro e 2 de dezembro, mostram o jovem felino explorando o território sob o olhar atento de sua mãe, que o acompanha de perto.

Thomaz Barrella, biólogo da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), explicou que o filhote provavelmente nasceu em julho deste ano. Segundo ele, o registro era aguardado com expectativa pela equipe, que desde março monitora a evolução dessa família de onças na unidade de conservação.

“No início do ano, registramos uma fêmea acompanhada por um macho e, meses depois, observamos sinais de gravidez. A ausência temporária da fêmea entre junho e julho indicou que ela havia dado à luz. Agora, finalmente, conseguimos flagrar o filhote em suas primeiras explorações fora do ninho”, relatou Barrella. O biólogo também detalhou que os filhotes costumam permanecer no ninho durante os primeiros meses de vida e que a mãe os acompanha de perto até que possam se aventurar sozinhos.

Comportamento curioso e inseguro

Nos vídeos, o filhote aparece caminhando sozinho, demonstrando curiosidade ao explorar o ambiente. O comportamento cauteloso, segundo Barrella, é típico de um animal jovem e inexperiente. Apesar de estar sozinho nas imagens, a mãe do filhote foi vista nas proximidades em registros feitos antes e depois.

Outros registros na Mata

Este não foi o único flagrante de onças-pardas na Mata de Santa Genebra em 2024. Em março, câmeras capturaram a imagem de um filhote acompanhado de sua mãe e de outro filhote ao fundo, nas margens do Mini Pantanal Sanã. Outra imagem rara foi registrada no início do ano: duas fêmeas adultas convivendo juntas na mesma área, algo incomum para a espécie, já que as fêmeas geralmente são territoriais.

Barrella sugere que a coexistência das duas onças pode indicar uma passagem de território. “Uma das fêmeas, registrada na área desde 2012, está chegando ao limite da expectativa de vida da espécie e pode estar permitindo que uma de suas filhas compartilhe a área, preparando-se para assumir o território futuramente”, explicou.