A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (19) quatro militares do Exército ligados às forças especiais, conhecidas como "kids pretos", e um policial federal, acusados de conspirar contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin, eleitos em 2022. Entre os alvos estão o general da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e os majores Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. O policial federal identificado é Wladimir Matos Soares.
As investigações apontam que o grupo elaborou um plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que previa ataques em 15 de dezembro de 2022. O objetivo incluía assassinar Lula e Alckmin, prender e executar um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e enfraquecer o Poder Judiciário. Os mandados de prisão foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes.
Os "kids pretos", tropa de elite criada em 1957, têm cerca de 2,5 mil integrantes e atuam em operações de alto risco. O apelido vem do gorro preto usado por esses militares, especializados em terrorismo, guerrilha, sabotagem e inteligência. Eles passam por treinamento rigoroso em unidades como o Comando de Operações Especiais, em Goiânia.
Em nota, o Exército confirmou as prisões realizadas em Goiânia e no Rio de Janeiro e afirmou estar colaborando com as investigações, além de prestar apoio aos militares envolvidos e seus familiares. A corporação reforçou que as tropas especiais só são acionadas sob ordem do Comando do Exército.