Ao olhar para o céu, é difícil perceber que corpos celestes dos mais variados tipos, tamanhos e formatos orbitam o nosso planeta. Além do Sol, da Lua e de outras estrelas que conseguimos ver a olho nu, em noites com condições propícias para a observação, corpos como cometas, e asteroides passam diariamente nos arredores da Terra. Muitos deles já são velhos conhecidos dos pesquisadores e entusiastas da astronomia. Outros, porém, ainda serão descobertos. Na lista dos descobridores de possíveis asteroides, que ainda serão confirmados em estudos, está o nome do piracicabano Felipe Passeri Reis, de 16 anos, que ganhou uma medalha em um projeto do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) ao descobrir um asteroide. A descoberta, agora, será estudada por cientistas.
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Aluno do primeiro ano do Ensino Médio, Felipe participou de uma premiação promovida pelo MCTI em Brasília, e é o único piracicabano que esteve no evento, que faz parte da Campanha de Caça Asteroides, elaborada em parceria entre o governo brasileiro, Nasa e Iasc (Colaboração Internacional de Pesquisas Astronômicas, em tradução livre), que premia as pessoas que conseguiram bons resultados em olimpíadas científicas e quem descobre asteroides em nível preliminar. A viagem de Felipe à capital nacional foi oferecida pela empresa Exal, que financiou os custos de transporte, hospedagem e alimentação.
O objetivo do projeto é justamente detectar asteroides ainda desconhecidos pelos astrônomos. Os trabalhos são divididos em equipes, com um líder que recebe imagens geradas por um observatório localizado no Havaí. “Ao terminar de analisar as imagens, você gera um relatório com todas as suas marcações e envia o relatório para o líder, que envia para o pessoal do Iasc. Se sua detecção for um asteroide, ela passa para a fase preliminar, onde são feitos estudos e análises para tentar identificar se aquele asteroide é conhecido ou não”, conta Felipe. Depois disso, o asteroide é estudado por um período de três a cinco anos, na chamada fase provisória, até que se saiba se é conhecido ou não. “Ao final desse período, a pessoa que detectou ele poderá nomear ele”, conta.
A participação no projeto é mais um capítulo na história da paixão de Felipe pela astronomia e pela Física. O estudante já participou de olimpíadas de astronomia, e é incentivado pelo professor de física de sua escola, que foi o responsável por ajudar Felipe a se inserir em um grupo de estudos que participou do projeto.
“Durante esse ano estive estudando bastante sobre astronomia, comecei até a fazer divulgação científica no Instagram onde alcancei um grande número de seguidores. Por volta de Abril, acabei descobrindo esse projeto do MCTI, através de um divulgador científico que eu acompanhava. Eu me interessei, conversei a respeito disso com ele que me explicou muita coisa sobre e fui em busca de participar disso”, conta. “Até então não consegui encontrar nenhuma equipe, mas depois de um tempo meu professor de física começou a participar também e me falou sobre um grupo de astronomia do WhatsApp. Conversei com a líder da equipe de lá e ela me disse que poderia me colocar em uma equipe em julho, então eu aceitei e comecei a participar”, completou.
A participação no projeto e a contribuição trazem Felipe para cada vez mais perto de um universo que o fascina desde criança, e que se intensificou após uma visita ao Observatório de Piracicaba. “Acredito que meu interesse aumentou e me trouxe um encanto maior quando visitei o Observatório Municipal de Piracicaba pela primeira vez em 2018. Ver o universo tão de perto me trouxe uma paixão muito maior e me motivou a estudar cada vez mais sobre essa área fascinante da ciência”, disse o jovem físico, que revela seus planos para o futuro: “Tenho o objetivo de me tornar um astrônomo ou astrofísico”, finalizou.