Mensagens de WhatsApp entre uma mulher e seu namorado, integrante do PCC e responsável pela disciplina da facção, ajudaram a Polícia Civil a identificar um executor de penas de morte decretadas pelo chefe do crime, Alexsandro Cardoso Mota, conhecido como Satanás. As conversas revelaram que uma adega de bebidas em Taquaritinga, pertencente a Satanás, era utilizada como local de julgamento e execução de membros que violavam as regras do grupo.
Nas mensagens interceptadas, a mulher comenta com o namorado: “Sei quem matou o Jardi e o Dudu”. A referência é a dois assassinatos recentes: o de Douglas Pereira de Sobral, o Dodô, encontrado em um cemitério clandestino em janeiro, e de Luís Carlos Gomes Inácio, o Jordi, cuja morte foi motivada por ele ter compartilhado informações sigilosas. Dodô, segundo a investigação, teria tentado matar outro integrante do PCC, conhecido como Pé na Porta.
O conteúdo das mensagens revelou ainda que o suspeito do assassinato de Dodô seria o ex-namorado da mãe da mulher, que estaria foragido. A morte de Jordi foi supostamente ordenada por José Adilson dos Santos, o Charutinho, um membro do PCC que descumpriu protocolos da facção ao agir sem autorização de Satanás.
Além das execuções, Satanás é mencionado em boletins de ocorrência por ameaças na região de São Carlos, Matão, Araraquara e outras cidades, com vítimas relatando retaliações por dívidas ou disputas financeiras. A polícia segue em busca de Satanás, que está foragido e possui mandado de prisão preventiva expedido contra ele.