Sem sombra de dúvida, o PSD foi a sigla avassaladora desta última corrida eleitoral. O partido de Gilberto Kassab elegeu o maior número de prefeitos, conquistando 885 cadeiras no executivo pelo país. Na região de Campinas, não foi diferente: a legenda assumiu o comando em cinco das 20 cidades do bloco metropolitano.
Mas, em Campinas, qual foi o saldo real desse fenômeno de votos em 2024? Por aqui, ao contrário de 2020, quando lançou Artur Orsi, o partido não tinha candidato próprio e manteve a aliança forjada no segundo turno há quatro anos, apoiando a reeleição de Dário Saadi. O PSD integra o governo com Adriana Flosi, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e, desde o ano passado, Artur Orsi passou a ocupar a Secretaria de Trabalho e Renda. Ambos são nomes de peso na política regional e representam bem a legenda. Apesar do núcleo político enaltecer o caráter técnico, a comandante da Guarda Municipal, Maria de Lourdes, também é filiada ao partido.
Ainda assim, é inegável que se esperava mais do PSD em Campinas. O partido conseguiu a reeleição de seus dois vereadores da atual legislatura: Nelson Hossri e Paulo Haddad (que migrou para a legenda este ano). No entanto, a expectativa era maior.
O PSD acreditava que Hossri, com seu discurso de direita e alinhamento com o bolsonarismo, seria um "campeão de votos", superando a marca dos 10 mil votos. Isso, inclusive, era uma previsão minha. No entanto, Hossri teve 6.157 votos, aquém da expectativa, como ele mesmo mencionou em recente entrevista à Rádio Jovem Pan News.
Segundo o vereador, sua campanha foi prejudicada pelas manifestações dos deputados Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira, ambos do PL, que durante as eleições municipais incentivaram um boicote a candidatos do PSD, devido à resistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do partido de Kassab, em pautar o pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Sem entrar no mérito desse complicado imbróglio, tanto o vereador reeleito quanto membros do PSD local acreditam que a ação dos deputados bolsonaristas afetou o potencial de votos do partido, especialmente o de Hossri. A executiva municipal contava com uma votação expressiva do parlamentar e até projetava dobrar o número de cadeiras na Câmara, com quatro representantes a partir de 2025. A realidade é que o PSD manteve sua posição, e, se não fosse pela entrada dos "refugiados" tucanos após a debandada do PSDB de Campinas no início do ano, o resultado da sigla poderia ter sido ainda mais frustrante.
Vale lembrar que essa situação implica em avaliações para a montagem do governo Dário II, que ainda analisa espaços para acomodar o crescimento de partidos como o PL e o Podemos. É claro que o PSD não será deixado de lado, mas será preciso medir o real peso político-eleitoral da sigla em Campinas.
Membros do partido ouvidos pela coluna expressaram uma "certa decepção" com a atuação de um dos nomes mais influentes do PSD nesta campanha eleitoral. Artur Orsi teve um papel pouco expressivo durante o período e, segundo ex-candidatos, demonstrou mínimo engajamento em apoiar os postulantes ao parlamento.
Apesar de ser uma questão interna da legenda, o diagnóstico chegou aos ouvidos do Quarto Andar.
Na segunda-feira, 4 de novembro de 2024, Campinas recebeu a visita dos monarcas suecos, Rei Carlos XVI Gustavo e Rainha Silvia, para a assinatura de um protocolo destinado ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência, em parceria com a instituição da rainha.
O prefeito Dário Saadi esteve presente na cerimônia, acompanhado de sua namorada, Maria Giovana Fortunato. Maria Giovana, que foi candidata à prefeitura de Americana pelo PDT, oficializou seu relacionamento com Dário Saadi em abril deste ano.