25 de dezembro de 2024
PETS

Olho de Cereja: conheça a doença popular que afeta cães e gatos

Por Ana Laura França | ana.laura@jpjornal.com.br |
| Tempo de leitura: 2 min
Ana Laura França | ana.laura@jpjornal.com.br

A protusão da terceira pálpebra, mais conhecida como "Olho de Cereja" (Cherry Eye, em inglês), é uma condição oftalmológica comum que afeta tanto cães quanto gatos. Ela ocorre quando a glândula lacrimal da terceira pálpebra se desloca de sua posição normal, resultando em uma aparência avermelhada e saliente no canto interno do olho, semelhante a uma cereja – daí o nome popular.

A terceira pálpebra é uma estrutura que protege o globo ocular, auxilia na lubrificação e no combate a infecções. A condição de Olho de Cereja geralmente é causada por uma fraqueza congênita do tecido conjuntivo que mantém a glândula no lugar. Embora possa afetar qualquer raça, ela é mais comum em cães de raças braquicefálicas, como Bulldogs, Shih Tzus e Cocker Spaniels, além de gatos Persas. Estudos indicam que até 2% dos cães, especialmente os de raças predispostas, podem desenvolver a doença em algum momento da vida. Nos gatos, a incidência é menor, mas ainda relevante em algumas raças.

O principal sinal clínico do Olho de Cereja é o aparecimento da massa avermelhada no canto interno do olho. Além da protusão, outros sintomas podem incluir lacrimejamento excessivo, irritação e o animal coçando os olhos. Se não tratada, a condição pode evoluir para secura ocular, ulcerações e até infecções mais graves. O diagnóstico é geralmente clínico, sendo feito por um veterinário por meio de exame visual, sem a necessidade de exames complexos. No entanto, em casos de infecções secundárias, pode ser necessário o uso de exames complementares para uma análise mais detalhada.

O tratamento da condição varia de acordo com a gravidade. Em estágios iniciais, pode-se tentar métodos conservadores, como o uso de colírios e anti-inflamatórios para reduzir o inchaço. No entanto, a solução definitiva geralmente envolve intervenção cirúrgica para reposicionar a glândula lacrimal.

Um estudo da Universidade Estadual do Kansas, nos Estados Unidos, revelou que cerca de 80% dos casos tratados cirurgicamente resultam em sucesso, com recuperação completa e sem complicações posteriores. Em alguns casos, a remoção da glândula pode ser indicada, mas isso deve ser evitado, pois pode levar ao desenvolvimento da síndrome do olho seco (ceratoconjuntivite sicca).

Não há formas comprovadas de prevenção do Olho de Cereja, especialmente em cães geneticamente predispostos. No entanto, proprietários devem estar atentos aos primeiros sinais da condição e procurar atendimento veterinário ao notar qualquer alteração nos olhos do animal. A detecção precoce e o tratamento adequado podem evitar complicações mais sérias. Além disso, é importante que a cirurgia seja realizada por profissionais qualificados, como oftalmologistas veterinários, para garantir o melhor prognóstico.