16 de outubro de 2024
EDUCAÇÃO

Proibir ou não celulares nas escolas?

Por Roberto Gardinalli |
| Tempo de leitura: 2 min
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MEC estuda proibir celulares nas escolas e projeto deve ir ao Congresso neste mês

Previsto para ser apresentado ainda em outubro, um projeto de lei elaborado pelo MEC prevê a proibição do uso de celulares em salas de aula das escolas públicas e privadas em todo o Brasil. A medida foi anunciada pelo ministro Camilo Santana, e faz parte de um pacote de ações do governo para limitar o uso de telas por crianças e adolescentes, além de tentar melhorar a atenção dos alunos.

Pesquisa realizada pelo QuestionPro mostrou que 8 em cada 10 pais concordam com uma eventual proibição dos aparelhos nas escolas, enquanto que 68% da população com idade entre 18 e 29 anos são favoráveis. Entre os idosos com mais de 61 anos, 87% apoiam a restrição. Mas a medida que deve ser anunciada pelo governo divide a opinião entre os especialistas em educação.

A psicopedagoga Dulce Bonilha, de Piracicaba, defende que deve ser encontrado um equilíbrio. Segundo ela, os celulares já estão inseridos na sociedade e fazem parte do cotidiano dos alunos. “Esta tecnologia se tornou parte integral dos nossos cotidianos enquanto sociedade. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, pois estudos recentes nos mostraram que o uso excessivo destes aparelhos gera problemas de ansiedade, queda de rendimento escolar, diminuição de interação e convívio social, distração e desinteresse por conteúdos acadêmicos”, disse.

“Por outro lado, se utilizado de maneira moderada, estes dispositivos podem ser um grande aliado para o auxílio ao acesso de conteúdos de interesse do aprendizado, incentivo e apoio à formação leitora, permitindo uma maior democratização do acesso ao conhecimento”, afirmou a especialista.

Já um professor de História, que dá aulas para turmas de Ensino Fundamental e Médio em Piracicaba, que preferiu não se identificar, entende que em determinados momentos, o celular acaba se tornando um obstáculo. Porém, enxerga o equipamento como potencial aliado. “Em momentos de aula, o celular se mostra um grande obstáculo”, afirmou.

 “Podem ser aliados em propostas de trabalhos e atividades que demandem o uso da pesquisa”, afirmou. “A proibição legislativa por si só, será ineficaz. O mais eficiente, seria lidar com a questão de forma educativa. A proibição pode restringir o uso de valor social do equipamento em alguns momentos estratégicos”, completou.

“É aí que vejo uma oportunidade para que as escolas quebrem esta barreira, promovendo debates sobre o assunto, dando a oportunidade de encontrar soluções que busquem um equilíbrio ou dosagem adequada do uso dos aparelhos celulares”, finalizou a psicopedagoga.