10 de outubro de 2024
DESCANSE EM PAZ?

Cemitérios municipais têm queixas de furtos e falta de coveiros

Por Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Montagem a partir de divulgação
Jazigos alvo de furto e que levaram três dias para ter enterro concluído

O merecido descanso que os familiares desejam aos seus entes queridos sepultados nos cemitérios municipais Cristo Rei e da Saudade, em Bauru, continua muito longe do ideal. Isso porque, enquanto um sofre com furtos, mesmo com a promessa de vigilância da Emdurb, o outro registra a falta de coveiros suficientes para fazer o básico: enterrar.

No Cristo Rei, situado no Parque Primavera, entre o Jaraguá e o Jardim Andorfato, a munícipe Marina Ribeiro da Costa Cestari enfrentou a tristeza de enterrar seu pai, Cilson Pedro da Costa, 81 anos. A dor foi agravada pela revolta quando se deparou com apenas um coveiro. Ela pagou à Emdurb a taxa de R$ 459,65 para abertura de jazigo, no último domingo (6), quando o servidor foi buscar um colega para ajudá-lo, enquanto todos esperavam.

“Quando finalmente havia dois coveiros, desceram o caixão do meu pai. Fecharam apenas com as placas de concreto, mas não o enterraram totalmente, porque ambos deixaram o local sem outra coisa básica: a cobertura de terra. Apenas deixaram a coroa de flores por cima. Foi revoltante, constrangedor e humilhante”, lamenta Marina.

O trabalho só foi concluído na terça, no momento em que os familiares retornaram para uma vigília no túmulo 6287. “Ou seja, mais de 48 horas depois é que finalmente o sepultamento do meu pai foi concluído”, acrescenta Marina.

Por conta da situação, a Emdurb informou que abrirá um procedimento interno, destacou a assessoria de imprensa. “O que ficou faltando foi o selamento com a terra. A Emdurb abriu procedimento interno para averiguar o que ocorreu, uma vez que havia dois funcionários no local e o procedimento padrão é o selamento do túmulo e o fechamento com terra, no caso das sepulturas no sistema jardim, no ato do sepultamento”, aponta o texto. De acordo com ele, o corpo foi sepultado na primeira (última) gaveta, de três, que foi lacrada.

FURO NA VIGILÂNCIA

Com relação ao Cemitério da Saudade, na região da Vila Cardia, o JCNET recebeu novas queixas de furtos de placas das lápides, embora em julho a Emdurb, responsável pela administração, tivesse se comprometido a reforçar a segurança com câmeras e vigilância.

Na época, conforme o JCNET publicou, o presidente da Emdurb, Donizete do Carmo, disse ter implementado serviço de ronda noturna que se estende pelo período da manhã. Ele ainda afirmou à época que um profissional havia sido destacado para controlar a entrada das pessoas no portão da avenida Rodrigues Alves, na quadra 19, o único que fica aberto.

O presidente da empresa municipal também ressaltou que o arame de concertina no entorno do cemitério é reforçado periodicamente, pois é cortado por quem praticar os delitos.

Acionada, Emdurb destacou que o local segue com vigilância noturna todos os dias da semana, o que tem impedido que objetos sejam levados. “Esses materiais dos túmulos vandalizados são recolhidos e guardados na funerária, à disposição das famílias, que são avisadas. A Emdurb também colocou iluminação no cemitério. As câmeras de segurança estão sendo licitadas pelo município, para todos os cemitérios, pois não faz parte do contrato. Não há registro de violação de túmulos nos cemitérios”, finaliza a nota.