27 de setembro de 2024
CRIME ELEITORAL?

Festa com candidatos do Vale distribui cerveja e causa polêmica

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Caixa térmica e bandeiras com número do PL na caminhonete

Uma festa que contou com a presença de candidatos em Paraibuna distribuiu cerveja e provocou polêmica na cidade, com suspeita de compra de voto e de influência indevida no pleito municipal.

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O encontro festivo foi organizado por um morador da cidade e teria ocorrido no último final de semana. Uma grande caixa térmica foi colocada na carroceria de uma caminhonete e de lá saíram as cervejas entregues aos participantes, de acordo com fotos e vídeo enviados a OVALE.

O veículo também trazia duas bandeiras amarelas com o número 22 pintado de preto. A numeração é usada pelo PL.

Ao menos dois candidatos do partido estiveram na festa: Heloisa Antunes de Faria Santos, a Professora Helô, candidata à Prefeitura de Paraibuna, e o candidato a vereador Andre Gonçalves Marinho, o André da Pamonha.

Além deles, aparecem nas imagens dois postulantes do Republicanos: o candidato a vice-prefeito Tales Vitorio e o candidato a vereador Klinger Vitorio.

Carreata e festa.

Moradores de Paraibuna disseram que os candidatos participaram de uma carreata do centro da cidade até o bairro do Cedro, no domingo pela manhã, e depois foram até a festa no bairro Lajeado, na zona rural da cidade, onde houve a distribuição de cerveja. Eles também teriam distribuído material de campanha.

“A festa foi anunciada nas redes sociais. Foi a festa de aniversário de alguém, de um apoiador dos candidatos. O evento teve grande repercussão na cidade por causa da distribuição de cerveja. Muita gente está considerando irregular”, disse uma moradora.

Justiça Eleitoral.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proíbe a “confecção, utilização e distribuição de camisetas, chaveiros, bonés, canetas, brindes, cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem à eleitora ou ao eleitor”.

Segundo especialistas consultados por OVALE, a associação de distribuição de cerveja, objetos da campanha (bandeiras e materiais) e candidatos pedindo voto pode ser interpretada como crime eleitoral, mesmo que a festa tenha sido privada e sem ligação política direta, ou seja, não tendo sido organizada por comitê, partido ou candidato.

“É uma situação que pode dar problema na Justiça Eleitoral para os candidatos, sem  dúvida, se alguém denunciar. Eu nunca orientaria um candidato a participar de uma festa dessa. É melhor evitar para não dar problema”, disse Gil Castilho, consultora e analista de política e especialista em marketing político.

Outro lado.

Procurados pela reportagem, os candidatos negaram compra de voto e ressaltaram que foram convidados para a festa, que não teria objetivo de campanha. Eles se manifestaram por uma mesma nota padrão enviada por todos.

“Fui convidada para uma festa particular do amigo Leonardo, onde permaneci por alguns minutos e desconheço qualquer distribuição com a finalidade de compra de votos”, disse a professora Helô.

A mesma nota foi encaminhada por André da Pamonha e Klinger Vitorio. Tales Vitorio não foi localizado para comentar o assunto. O espaço segue aberto.