Fernanda Helena Tonin, de 45 anos, enfermeira com mais de vinte anos de experiência, é candidata a vice-prefeita de Piracicaba, na chapa encabeçada por Edvaldo Brito (Avante). Com uma trajetória marcada pelo trabalho na saúde pública, ela acredita que a política oferece a chance de ampliar seu compromisso com o cuidado da população. Ao Persona, Fernanda apresenta suas propostas e fala sobre os desafios e prioridades para a cidade, caso seja eleita.
O que a motivou a entrar na política e disputar o cargo de vice-prefeita de Piracicaba?
O que me motivou a entrar na política foi minha experiência de vida, principalmente minha trajetória como enfermeira. A saúde pública me ensinou a importância de cuidar das pessoas, e vejo na política uma oportunidade de ampliar esse cuidado para outras áreas, além da saúde. Junto com o Brito, compartilho o compromisso de promover um desenvolvimento sustentável e permanente para Piracicaba, priorizando o bem-estar de todos os cidadãos. Queremos trabalhar para melhorar os serviços públicos, como saúde, educação, infraestrutura e segurança, garantindo que cada pessoa tenha acesso a uma cidade que realmente funciona para todos. Nossa principal meta é cuidar bem das pessoas e da cidade, promovendo políticas públicas que gerem impacto real no dia a dia da população.
Na sua opinião, qual deve ser o papel do cargo de vice-prefeito?
Para mim, o papel de vice-prefeita vai além de estar ali para substituir o prefeito em casos de ausência. O vice deve ser uma peça ativa na administração, sempre em contato com a população e trabalhando junto às diversas secretarias. Eu pretendo ser uma vice que esteja presente nas ruas, ouvindo as pessoas, acompanhando de perto as demandas e ajudando a resolver os problemas da cidade. Quero contribuir com minha experiência, principalmente na área da saúde, para melhorar a eficiência e a transparência da gestão pública. Além disso, acredito que o vice-prefeito deve facilitar a comunicação entre a prefeitura e os cidadãos, ajudando a garantir que todas as áreas, como educação, segurança e infraestrutura, estejam funcionando de maneira integrada e eficiente.
Como sua formação e experiência como enfermeira influenciam sua visão para a gestão pública?
Trabalhando como enfermeira por 20 anos, aprendi a importância do cuidado e da empatia. Minha experiência no sistema de saúde pública, e até mesmo minha vivência pessoal ao precisar de serviços que demoraram a ser prestados, me mostraram como é necessário que os gestores entendam as dificuldades da população. A demora de um exame importante me custou a necessidade de uma cirurgia, e essa experiência foi transformadora para mim. Isso me abriu os olhos para a necessidade de um sistema de saúde mais ágil, humanizado e acessível. Se eleita, vou lutar para melhorar o atendimento na saúde pública, criando soluções como um Centro de Diagnóstico e Imagem e um novo Centro de Especialidades Médicas, onde as pessoas possam fazer consultas e exames em um só lugar, de forma rápida e eficiente. Também quero criar uma UPA do Idoso e uma UPA Infantil para que a demanda das demais UPAs seja aliviada e o atendimento seja mais ágil.
Quais são, na sua opinião, as principais carências de Piracicaba?
Piracicaba tem algumas áreas que precisam de atenção urgente. Primeiro, na saúde, precisamos melhorar a estrutura de atendimento e reduzir o tempo de espera para exames e consultas. Também é preciso valorizar os profissionais da saúde, investindo na contratação de mais médicos e em reformas nas unidades de saúde. A educação é outra área importante. As escolas precisam de reforma, e precisamos garantir que todos os alunos tenham acesso a merenda de qualidade, material didático e uniformes. Outro ponto é a segurança, com investimentos na Guarda Civil Municipal (GCM) e em políticas de combate à violência, principalmente contra mulheres. Por fim, é essencial que Piracicaba desenvolva sua economia de forma sustentável, incentivando o empreendedorismo e atraindo novos investimentos para gerar mais empregos.
Como você pretende atuar para melhorar o sistema de saúde pública em Piracicaba?
Nossa proposta para a saúde é bastante robusta. Primeiramente, queremos transformar a UPA da Vila Resende em uma UPA do Idoso e a da Vila Cristina em uma UPA Infantil, para reduzir a sobrecarga nas outras unidades de saúde. Além disso, planejamos criar um Centro de Diagnóstico e Imagem e um novo Centro de Especialidades Médicas no local onde hoje fica a Rodoviária, que será transferida para outro ponto da cidade. Esse novo centro funcionará como um “Poupatempo da Saúde”, oferecendo consultas e exames em um só lugar, o que tornaria o atendimento mais rápido e eficiente. Também queremos reformar as unidades de saúde existentes e contratar mais médicos, além de investir em tecnologia para modernizar o sistema e garantir transparência no atendimento. Outra proposta é oferecer atendimento odontológico 24 horas em unidades de referência, ampliando o acesso da população a esses serviços essenciais.
Piracicaba é conhecida por seu histórico na educação. Quais são suas propostas para melhorar a educação na cidade?
Na educação, nossa prioridade é garantir que todas as crianças e jovens tenham acesso a uma educação de qualidade. Vamos implantar creches com horário estendido para atender os pais que trabalham até mais tarde, e três dessas creches funcionarão 24 horas. Também queremos valorizar os professores e profissionais da educação com salários justos e melhores condições de trabalho. Vamos investir na modernização das aulas, com tecnologia e inovação, além de envolver os pais nas decisões das escolas. Pretendemos reformar as escolas que estão precisando de melhorias e construir novas unidades onde ainda não há. Outro ponto importante é a merenda de qualidade, uniformes e material didático para todos os alunos da rede pública. E, por fim, queremos trazer para Piracicaba o modelo de escolas cívico-militares, oferecendo uma opção de ensino com disciplina e organização.
Você acredita que a pandemia de Covid-19 deixou algum legado que precisa ser tratado com mais atenção na área da saúde? Se sim, como?
Sim, a pandemia escancarou algumas fragilidades no nosso sistema de saúde que precisam ser corrigidas. A principal lição foi a necessidade de um sistema mais preparado para emergências, com estoques suficientes de equipamentos e insumos, e equipes bem treinadas. Também vimos como é importante garantir um atendimento rápido e eficiente para todos, sem deixar ninguém desassistido. Vamos trabalhar para que Piracicaba tenha um sistema de saúde mais ágil e melhor estruturado, com o uso de tecnologia para otimizar o atendimento e reduzir o tempo de espera. Além disso, é preciso reforçar as campanhas de vacinação e prevenção, garantindo que a população esteja sempre protegida.
O que pode ser feito para aumentar a sensação de segurança na cidade?
Para melhorar a segurança em Piracicaba, vamos investir na Guarda Civil Municipal (GCM), ampliando o efetivo, comprando mais viaturas e equipamentos, e valorizando os profissionais com aposentadoria especial e programas de premiação por mérito. Também queremos implantar um novo Estatuto para a GCM e fortalecer a Escola de Formação para capacitar melhor os guardas. Vamos criar um Gabinete de Gestão Integrada de Segurança Municipal, que terá uma central informatizada para dar respostas rápidas e eficientes aos crimes. Além disso, queremos ampliar o combate ao tráfico de drogas e proteger nossas escolas e patrimônios históricos. Outro ponto importante é consolidar e ampliar os serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência, oferecendo suporte psicológico, social e de saúde para elas e seus filhos.
A mortandade de peixes no rio Piracicaba deixou todos indignados. Quais medidas ambientais você propõe?
Precisamos agir rapidamente para proteger o Rio Piracicaba e evitar novas tragédias ambientais. A primeira medida é o monitoramento constante da qualidade da água, com equipes prontas para agir em caso de emergência. Também vamos aumentar a fiscalização nas empresas que utilizam o rio e seus afluentes, trabalhando em parceria com o estado para fiscalizar também as indústrias de outras cidades que podem estar poluindo. Outro ponto é tratar 100% de verdade o esgoto da cidade, pois, diferentemente da propaganda de ex-prefeitos, isso não é uma realidade. Outra proposta é expandir a coleta seletiva, organizando os catadores de materiais recicláveis e capacitando-os como agentes ambientais. Também queremos investir na eficiência energética e criar um sistema de conversão de lixo em energia, o que ajudaria a prolongar a vida útil dos aterros sanitários e reduzir os custos.
Como você vê o papel da vice-prefeita no apoio às políticas públicas voltadas para a juventude?
A juventude precisa de mais oportunidades, e uma das nossas principais propostas é transformar os 14 Centros Digitais, que hoje estão sem utilização, em Centros de Formação Profissional Tecnológica, para qualificar nossos jovens. Também vamos criar um Centro Técnico de Formação e Desenvolvimento Profissional, com o foco em atender principalmente os jovens que estão fora do mercado de trabalho. Outra proposta é garantir passe livre para os estudantes de escolas públicas no trajeto casa-escola. No esporte, queremos criar um Centro Olímpico e Paralímpico para formar jovens atletas e fortalecer as ligas e clubes amadores, incentivando torneios e competições. Além
disso, vamos dar total acessibilidade aos conjuntos poliesportivos e áreas de lazer da cidade, garantindo que todos possam participar.
O que você, se eleita, propõe para a área da habitação?
Nossa proposta para habitação inclui a urbanização de favelas, com a desapropriação de terrenos ocupados, levando esgoto, água, energia e endereço reconhecido para essas áreas. Vamos implementar o Programa Sonho Nosso, criando loteamentos populares com infraestrutura completa para que as famílias possam construir suas casas. Também vamos ampliar a regularização fundiária, entregando as escrituras para quem vive em áreas ainda não regularizadas. Outra meta é construir 10 mil casas populares em parceria com o Governo Federal, Estadual e a CDHU, garantindo moradia digna para as famílias de baixa renda.
O que você acha que tem faltado na administração pública da cidade para uma gestão mais eficiente?
Falta mais fiscalização e controle nos contratos de serviços e produtos, especialmente nas parcerias público-privadas. Pretendemos revisar todos esses contratos para reduzir custos e garantir que o dinheiro público seja bem utilizado. Outra proposta é firmar convênios com Instituições de Ensino Superior para realizar estudos e diagnósticos que possam ajudar a melhorar as políticas públicas. Além disso, vamos buscar recursos financeiros em organismos públicos e privados, tanto nacionais quanto internacionais, para viabilizar nossos projetos. Também queremos otimizar o uso de imóveis públicos, devolvendo aqueles que hoje estão alugados e criando um Poupatempo Municipal na região de Santa Terezinha.
Infraestrutura, quais ações você considera primordiais?
Vamos criar um Plano Municipal de Recapeamento, cobrindo pelo menos 150 km de vias públicas por ano, além de realizar obras viárias que facilitem o trânsito e a interligação de bairros. Também pretendemos fomentar parcerias com empresas privadas para a conservação de parques, praças e jardins, permitindo que essas áreas sejam bem cuidadas em troca de publicidade. Outro ponto importante é a melhoria dos serviços de tapa-buracos e a execução de obras para combater as enchentes, principalmente em áreas críticas como a Avenida Independência e a 31 de Março. Queremos, ainda, construir um reservatório para o reaproveitamento de água da chuva, ajudando a combater as enchentes e promovendo o uso sustentável da água.
Como você avalia a política de assistência social na cidade? Existem áreas que precisam ser aprimoradas?
A política de assistência social precisa de mais atenção e recursos. Vamos fortalecer o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ampliando os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS), além de aumentar o orçamento destinado às entidades sociais. Outra prioridade é a criação de um programa de atendimento integrado para dependentes químicos e suas famílias, além de fortalecer programas de combate à violência contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos. Também pretendemos priorizar as mulheres chefes de família nos programas sociais e criar moradias para idosos sem proteção familiar. Por fim, vamos distribuir cestas básicas e kits de higiene para as pessoas mais vulneráveis, realizar diagnósticos para pessoas em situação de rua e promover a inclusão de pessoas com deficiência.
Qual mensagem você gostaria de deixar para os eleitores que ainda estão indecisos sobre sua candidatura?
A minha mensagem para quem ainda está indeciso é que estou aqui para cuidar das pessoas, assim como fiz durante toda a minha carreira como enfermeira. Tenho um compromisso com a transparência, a eficiência e o bem-estar da população. Junto com o Brito, queremos trabalhar para que Piracicaba seja uma cidade mais justa, com mais oportunidades para todos. Sabemos que os desafios são grandes, mas estamos preparados para enfrentá-los com dedicação e responsabilidade. Estamos prontos para fazer a diferença e contamos com o apoio de cada um de vocês para transformar Piracicaba em um lugar ainda melhor para se viver. O que não nos falta é coragem para mudar!