29 de agosto de 2024
LATROCÍNIO FAMILIAR

Mulher que mata e carboniza família recebe pena de 85 anos

Por Ana Laura França | ana.laura@jpjornal.com |
| Tempo de leitura: 3 min
Redprodução
Anaflávia e suas vítimas: pai, mãe e irmão

Anaflávia Martins Gonçalves foi responsabilizada pela morte de três membros de sua própria família em um caso ocorrido no ABC Paulista. Outros quatro envolvidos no crime já haviam sido julgados e condenados anteriormente.

O julgamento ocorreu no Fórum de Santo André, nesta terça-feira (27), na Grande São Paulo, onde Anaflávia foi levada a júri popular. Ela foi considerada culpada pela morte dos pais, Romuyuki Veras Gonçalves, de 43 anos, e Flaviana de Meneses Gonçalves, de 40, além de seu irmão, o estudante Juan Victor Gonçalves, de 15 anos. A maioria dos sete jurados votou pela condenação de Anaflávia, considerando-a culpada pelos assassinatos dos três familiares.

A condenação incluiu os crimes de roubo, homicídio doloso qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas), ocultação de cadáver e associação criminosa. A sentença foi proferida pelo juiz Lucas Tambor Bueno. Anaflávia, que já estava presa durante o processo, foi condenada a uma pena que, segundo a legislação brasileira, tem como limite máximo de cumprimento 40 anos de prisão.

Durante o julgamento, quatro testemunhas foram ouvidas e, em seu interrogatório, Anaflávia admitiu participação no roubo, mas negou envolvimento nos assassinatos. O julgamento foi uma repetição do júri realizado em junho de 2023, que havia sido anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ) a pedido do Ministério Público (MP). Na ocasião, Anaflávia havia sido condenada apenas pelos assassinatos dos pais, mas foi absolvida pelo homicídio do irmão.

A Promotoria argumentou que houve um erro por parte dos jurados ao inocentarem Anaflávia pela morte de Juan Victor, levando o TJ a determinar um novo julgamento. O Ministério Público sustentou que Anaflávia planejou o crime com a ajuda de Carina Ramos de Abreu, sua namorada, e outros cúmplices: os irmãos Juliano e Jonathan Fagundes Ramos, primos de Carina, e Guilherme Ramos da Silva, amigo dos irmãos.

De acordo com a acusação, o grupo tinha como objetivo inicial roubar dinheiro das vítimas, mas acabou decidindo matá-las. Três homens armados (Juliano, Jonathan e Guilherme) invadiram a residência da família com a ajuda de Anaflávia e Carina. Imagens de câmeras de segurança capturaram a movimentação do grupo na casa, localizada em um condomínio fechado em Santo André.

As investigações revelaram que os criminosos procuravam R$ 85 mil em um cofre, mas como não encontraram o valor, decidiram roubar outros pertences e eliminar as vítimas. Romuyuki, Flaviana e Juan Victor foram mortos a golpes na cabeça durante o assalto. No dia seguinte, os corpos foram encontrados carbonizados dentro do carro da família, abandonado em uma área de mata em São Bernardo do Campo.

Carina e Guilherme também foram condenados no julgamento realizado em junho de 2023. Carina recebeu uma pena de 74 anos, 7 meses e 10 dias de prisão, enquanto Guilherme foi condenado a 56 anos, 2 meses e 20 dias. Ambos negaram envolvimento nos assassinatos, alegando participação apenas no roubo. No entanto, os irmãos Juliano e Jonathan confessaram o roubo, mas alegaram que a ideia de matar a família partiu de Anaflávia. Eles também foram condenados em agosto, recebendo penas de 65 e 56 anos de reclusão, respectivamente.