19 de agosto de 2024
FURTO

Monumento histórico é vandalizado no Saudade, em Piracicaba

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
Claudinho Coradini/JP

O Cemitério da Saudade foi alvo, mais uma vez, de furto e vandalismo. Desta vez, o prejuízo foi identificado durante o roteiro turístico Saudade e Suas Vozes, que aconteceu na última sexta-feira (16). Durante o passeio histórico, os integrantes do grupo perceberam que a escultura de João de Almeida Prado tinha sido vandalizada com um líquido não identificado. Esta é a segunda vez que o Cemitério da Saudade é alvo de vandalismo no mês de agosto. O primeiro aconteceu no dia 7 de agosto, com o furto de vasos e imagens de bronze, que foram recuperados pela Polícia Militar.

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A denúncia foi feita ao JP pelo historiador Paulo Tot, um dos organizadores do roteiro. Segundo ele, o grupo percebeu que a escultura tinha sido vandalizada com o líquido. No final de semana, ele retornou ao cemitério e limpou a obra. “A escultura do João de Almeida Prado, obra do escultor Rodolfo Bernardelli e fundida pela Fundição Cabina,  do Rio de Janeiro, já havia sofrido anos atrás um ataque com óleo que manchou o granito. Agora foi jogado, em menor quantidade, um material no rosto da escultura e no livro”, disse. “No domingo estive lá e fiz a limpeza com sabão neutro e um pano do material”, completou.

“Eu acredito que a educação é o melhor caminho para conscientização. Quando se retira um vaso, um ornamento, uma placa de bronze de alguma sepultura, estão subtraindo muito mais que um metal, estão roubando nossa história. Nas visitas que realizamos ao cemitério enfatizamos a importância da preservação patrimonial e acreditamos que levantar essas discussões é importante para a sociedade pensar maneiras de tentar inibir as ações criminosas”, afirmou o historiador. “A obra ali presente é de autoria de um dos principais escultores, que embora fosse mexicano, foi naturalizado no Brasil e é referência tendo se formado na Academia Imperial de Belas Artes e foi o maior nome da escultura brasileira do período do fim do Império e começo da Republica. Vandalizar uma obra que poderia compor facilmente o acervo de qualquer museu do Brasil é atentar contra a história”, disse.

Em nota, a Simap informou que a escultura não sofreu avarias após o ato de vandalismo, e que já foi limpa. Além disso, citou que a GCM (Guarda Civil Metropolitana) intensificou as rondas no local. “A secretaria informa ainda que no jazigo de João de Almeida Prado, alguém ainda não identificado jogou um líquido, que já foi limpo. O jazigo não sofreu nenhum tipo de avaria”, afirmou.

“Com relação à segurança, a Simap informa que a Guarda Civil intensificou as rondas no cemitério e que vai instalar câmeras de monitoramento no local”, completou.

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