O nível do rio Piracicaba caiu para um metro nesta terça-feira (06) devido à baixa vazão provocada pela estiagem. Bancos de pedra e areia tomam boa parte do manancial. Há previsão de chuva para o fim de semana, mas, se não for volumosa, nova mortandade de peixes pode ocorrer, ainda como reflexo da contaminação de melado de cana que provocou a morte de cerca de uma tonelada de peixes no mês passado.
Nesta terça-feira, de acordo com o Saisp (Sistema de Alerta de Inundações do Estado de São Paulo), o nível do Rio Piracicaba caiu para 1,01 metro e a vazão, às 18h30, estava em 20,3 m³/s (metros cúbicos por segundo), 2,5 vezes menor que a média para o mês que é de 50,02 m³/s.
Já o nível do rio estava, nesta terça, 35 centímetros abaixo da média para o mês. “Pela época do ano ele (o rio) está um pouco mais baixo que o normal. Começou mais cedo a estiagem, o rio baixou antes. Hoje, está com 20 m³/s. Precisa ver se vai baixar ainda mais. O ideal seria que não, mas pelo jeito vai pra 15 m³/s, aí complica”, disse Luís Fernando Magossi, o Gordo, do Instituto Beira Rio.
Ele explica o risco de uma nova mortandade de peixes. “Depois que teve aquela mortandade, em julho, criou uma alga verde no fundo do rio, não dá pra pegar porque ela esfare-la. Eu tenho medo de vir uma chuva moderada, não muito forte, de 15, 20 até 30 milímetros que só mexa no fundo do rio e misture com a água, daí o oxigênio vai embora”, afirma.
Devido à baixa vazão e nível, a Sala de Situação PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) emitiu um comunicado em seu site. “As baixas vazões no Rio Piracicaba e seus afluentes resultam na alta sensibilidade dos recursos hídricos relacionados aos parâmetros de qualidade da água quanto ao aporte de cargas poluidoras. Desta forma, solicitamos maior atenção dos usuários sobre a observância dos padrões de lançamentos de cargas poluidoras nos cursos d´água, bem como a conscientização no sentido de ampliar a vigilância para evitar possíveis acidentes, que possam afetar a vida aquática e a sociedade”, diz.
Em julho, um lançamento de melado de cana provocado por uma usina de Rio das Pedras no ribeirão Tijuco Preto chegou ao rio Piracicaba e provocou a mortandade de centenas de milhares de peixes.
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