23 de novembro de 2024
ARTIGO

Nosso corpo guarda memórias emocionais reprimidas


| Tempo de leitura: 3 min

Esta reflexão quem nos traz é a Adriana Díez, psicóloga e Doutora em Educação e Psicologia pela Universidade de La Rioja, Espanha (publicado em "A Mente é |Maravilhosa"). Acompanhem!

"Cada emoção reprimida deixará, de maneira sigilosa, o seu estigma em nosso comportamento através dos padrões emocionais que decidem por nós" (Elsa Punset).

"Conhecer as emoções reprimidas é a arma mais poderosa para entender os nossos comportamentos. É por isso que hoje se dá tanta importância ao conhecimento das nossas emoções reprimidas, já que isso envolve o conhecimento de nós mesmos e nos oferece a oportunidade de identificar o que acontece em nosso interior para agir a favor daquilo que sentimos.

Conhecer o que acontece conosco é conhecer a nós mesmos. As emoções reprimidas são aquelas que nós não queremos escutar, ou aquelas às quais damos pouca importância; no entanto, são elas as que ganham mais força e acabam liderando os nossos comportamentos e pensamentos.

Conhecer as nossas emoções nos oferece a oportunidade de saber por que agimos de uma maneira ou de outra. Cada um percebe as situações em função dos seus sentimentos, é por isso que cada um age de uma forma diferente. Nossas experiências nos levam a ver o mundo de uma forma especial e única. Cada situação gera em nós uma emoção diferente, e é por isso que se conhecer leva à compreensão de como agimos.

Quando reprimimos emoções como a raiva, quando nos deixamos influenciar pelo medo, quando não nos permitimos sentir a tristeza, quando a vingança se fortalece, ou a dor é aquilo que fala, estamos dando espaço para um funcionamento independente das emoções não controladas e não dirigidas. Assim, elas falarão por si mesmas através das nossas ações.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Stanford sobre as emoções revelou que os indivíduos com tendência a reprimir os seus sentimentos reagem com uma ativação fisiológica muito maior diante de determinadas situações do que outros, por exemplo, quando mostram ansiedade ou raiva. Por esta razão, também é normal que os indivíduos que não expressam os seus sentimentos, ou têm mais dificuldade para fazer isso, apresentem mais problemas psicossomáticos como tensões musculares, dores de cabeça, reações dermatológicas ou doenças mais complicadas. Suas emoções se transformam e elas encontram a sua via de canalização por métodos menos funcionais.

Às vezes nós enfrentamos situações e reagimos de uma forma que nos surpreende. Isso acontece pela memória das nossas experiências, as quais nós integramos, algumas vezes, de maneira consciente, e em outras de forma inconsciente. Quando reprimimos as emoções não colocamos um filtro, e permitimos que elas entrem em nossa memória sem perceber.

É importante saber o que acontece e o que estamos sentindo em cada momento. Se não soubermos identificar as nossas emoções, não vamos poder controlá-las e conduzi-las. É necessário prestar atenção às emoções e dar a elas uma voz quando quiserem se manifestar. Se assim não for feito estaremos nos reprimindo e deixando que elas funcionem sozinhas e de forma autônoma. Na verdade, só quando damos voz às emoções reprimidas damos o passo de conhecer a nossa verdadeira identidade".

"Aquilo que você nega o domina. Tudo que acontece conosco, entendido adequadamente, nos guia até nós mesmos" (Carl Gustav Jung).

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