Com o Paraguai levando 5 a 0 do Japão e a Argentina perdendo por 2 a 1 para o Marrocos, o torcedor deve pensar: como é que a seleção brasileira não conseguiu se classificar para o futebol nos Jogos Olímpicos de Paris?
Seis meses depois do Pré-Olímpico, Ramon Menezes, que comandou o Brasil na campanha frustrada, segue como técnico do time sub-20.
Enquanto a seleção principal sofre no início de trabalho com Dorival Júnior, a base vive incertezas.
Ramon foi quem convocou a seleção sub-20 para um período de treinos em junho. Teve até uma goleada por 7 a 0, num jogo-treino contra o Botafogo na Granja Comary. O grupo tinha Estêvão, do Palmeiras, Lorran, do Flamengo, e Deivid Washington, ex-Santos.
A convocação já faz parte da preparação da geração sub-20 para o Sul-Americano da categoria, em janeiro. Mas na CBF não há certeza se Ramon chegará até lá no cargo. Mesmo gente que está no alto escalão evita cravar o futuro.
As mudanças que o coordenador de seleções, Rodrigo Caetano, teria direito a fazer no setor ainda não foram adiante. Até porque a estrutura da base é, em última instância, legado/prerrogativa do presidente Ednaldo Rodrigues.
Foi Ednaldo quem manteve Branco no cargo e contratou Ramon, em um dos primeiros atos após ser eleito, em 2023. Depois do fracasso no Pré-Olímpico, Ednaldo chegou a flertar com a demissão de Ramon nos bastidores. Mas foi adiando tanto que o técnico atual já está trabalhando com uma nova geração.
Ramon ganhou moral em 2023 porque foi campeão sul-americano, mas a experiência como interino na seleção principal foi ruim - duas derrotas, para Marrocos e Senegal, e uma vitória, sobre a Guiné.
Antes do Pré-Olímpico ruim, ainda teve a eliminação no Mundial Sub-20, nas quartas de final, diante de Israel.
Os israelenses estão em Paris nos Jogos Olímpicos. Ramon e o Brasil, não.
O único técnico brasileiro no futebol masculino na edição atual é Rogério Micale, ouro com o Brasil na Rio-2016.