23 de julho de 2024
TRANSFERÊNCIAS

Após rebelião, Governo Tarcísio manda 161 presos para o interior

Por Paulo Eduardo Dias | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/TV Globo
Unidade para a qual presos serão encaminhados não foi informada por medida de segurança

Agentes penitenciários realizam nesta segunda-feira (22) a transferência e escolta de 161 presos da Penitenciária 1 de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, para o interior do estado. O governo Tarcísio de Freitas afirma que identificou a participação desses presos na rebelião ocorrida na tarde do último sábado (20).

A unidade para a qual eles serão encaminhados não foi informada por medida de segurança, segundo a pasta.

As remoções ocorrem "para cumprimento de sanção disciplinar prevista na Lei de Execução Penal por participação ativa no motim".

A confusão teve início após detentos colocarem fogo em colchões e outros objetos. Em cartazes eles pediram o "fim da opressão" e fizeram críticas à direção da unidade, e com lençóis escreveram a sigla PCC (Primeiro Comando da Capital) no chão do pátio.

A rebelião foi encerrada após agentes penitenciários do GIR (Grupo de Intervenção Rápida), uma espécie de Tropa de Choque da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), entrarem no local. Foram disparados tiros de bala de borracha contra os amotinados.

Em um primeiro momento a SAP afirmou que três presos haviam ficado feridos, mas nesta segunda o número subiu para cinco. De acordo com a pasta, após a intervenção do GIR, durante o trancamento dos presos nas celas, mais dois detentos pediram atendimento médico, totalizando cinco custodiados encaminhados para hospitais da região. Todos estão estáveis e não correm risco, segundo a gestão Tarcísio.

Outros quatro presos inalaram fumaça e receberam atendimento na enfermaria da própria unidade.

O sábado é dia de visita para os presos. Segundo a SAP, os visitantes foram retirados com segurança e não houve reféns.

Familiares dos presos acompanharam toda a ação do lado de fora, e em virtude do motim as visitas previstas para o domingo (21) foram suspensas.

Remoção e fuga de presos

A rebelião ocorreu dias após outro motim, este na capital paulista, iniciado em virtude da remoção de presos do recém-reformado e já superlotado CPP (Centro de Progressão Penitenciária) Butantan, na zona oeste.

O prédio tem capacidade para 1.412 presos, mas na sexta-feira (19) abrigava 1.494 detentos.

As remoções ocorreram após a fuga de sete homens entre os dias 13 e 15. A SAP afirmou depois que identificou erros de procedimento por parte de funcionários.

O CPP Butantan é uma unidade de regime semiaberto da qual os presos podem sair para trabalhar ou estudar desde que tenham autorização judicial. O local recebeu presos que antes estavam em Franco da Rocha.

Antes da pandemia o prédio abrigava mulheres. Em 2021 o sindicato denunciou que o local tinha problemas estruturais que poderiam resultar até em desabamento.