A Usina São José, de Rio das Pedras, apontada como a responsável pela mortandade de peixes no rio Piracicaba enviou nota ao Jornal de Piracicaba contestando o relatório apresentado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), nesta sexta-feira (19).
A empresa nega que há ‘nexo causal’ entre suas operações e a mortandade de peixes registrada no rio e no Tanquã. A usina também aponta outras possíveis fontes de contaminação que podem ter provocado a mortandade.
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Veja a nota completa:
“A Usina São José esclarece que segue à disposição das autoridades e não poupa esforços para colaborar plenamente com a CETESB, a Polícia Ambiental e o Ministério Público. Em relação ao relatório da CETESB, a empresa está avaliando o teor da decisão, bem como seus eventuais desdobramentos. Por ora, cabe destacar que:
* Até o momento a empresa não recebeu evidências que demonstrem nexo causal entre suas operações e a mortandade de peixes registrada ao longo do Rio Piracicaba e no Tanquã.
* O termo de vistoria ambiental da Polícia Militar Ambiental de 8 de julho conclui não ter havido apontamento de danos ambientais no ato da vistoria.
* O mesmo documento aponta a existência de uma galeria pluvial sob a Ponte do Funil, que estaria “despejando um líquido perene com volume alto, amarelado e odor forte, através de uma manilha de plástico de 10 polegadas”; o local fica a 12 quilômetros da usina, entre Santa Bárbara d'Oeste e Limeira, e não foi considerada no relatório final apresentado no último dia 19 de julho.
* O relatório em questão aponta “lançamento de efluentes de cor escura e odor característico de esgoto sanitário” e “carreamento de material flutuante” em saídas de estações de tratamento de efluentes no Ribeirão dos Toledos, em Santa Bárbara d'Oeste, mas não aprofunda investigações a respeito.
* As operações da usina estavam interrompidas desde 2020, tendo sido retomadas somente em maio de 2024; nos últimos 10 anos houve pelo menos 17 ocorrências dessa natureza na região.
* A usina não tem produção de etanol e, portanto, não gera a vinhaça, subproduto presente em vários dos casos registrados anteriormente.
* O relatório não menciona inspeção e monitoramento em empresas que tenham sido autuados anteriormente, nem em outros trechos do rio onde possa ter havido eventuais despejos irregulares.
* Na coletiva de imprensa realizada no dia 19 de julho, o prefeito de Piracicaba, Luciano Almeida, lembrou que a baixa vazão de água pelo Sistema Cantareira e o despejo irregular de esgoto pelos municípios podem ser agravantes do problema ocorrido.”
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