Uma combinação de diversos fatores climáticos, como bloqueio atmosférico, El Nino e concentração elevada de umidade, explica os temporais que vêm atingindo o Rio Grande do Sul desde o final de abril. Os grandes volumes de chuva têm causado um dos maiores desastres climáticos da história do estado, avalia o meteorologista Bruno Bainy, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp. De acordo com o especialista, os próximos dias ainda devem ser de grandes volumes de chuva, e a população e órgãos governamentais devem permanecer em alerta.
Ele explica no Sul do país, o El Nino deixa o clima mais chuvoso. E aponta quatro importantes elementos para essas chuvas intensas no RS. “O escoamento atmosférico de um quilômetro e meio de altitude que vem paralelo aos Andes e que transporta umidade desde da região amazonica até o norte da Argentina e Rio Grande do Sul; a influencia de áreas de baixa pressão que se desenvolveram no Sul, sejam cavados meteorológicos , sejam ciclones, que ajudam a concentrar ainda mais essa umidade e esse calor que vem do escoamento da Amazônia; a influencia de ventos e jatos muito fortes, para lá de 10 km de altitude, e que favorecem a formação de núvens pesadas e a interação disso tudo com as frentes frias que chegam ao Sul do Brasil nesta época do ano”, cita Bainy.
O ministro extraordinário para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, também alertou na sexta-feira (17) que o Rio Grande do Sul deve voltar a ser atingido por fortes temporais ao longo desta semana. Segundo ele, nas próximas terça, quarta e quinta-feira, pode chover entre 100 e 150 milímetros (mm), sobretudo na porção noroeste no estado e na região metropolitana de Porto Alegre.
Para auxiliar na retirada da água empoçada no Rio Grande do Sul – sobretudo na capital Porto Alegre e em municípios da região metropolitana –, o governo federal negocia com os estados de São Paulo, do Ceará e de Alagoas o envio de bombas de água.
O governo gaúcho criou um canal de doações para que a população possa ajudar as vítimas das chuvas. O nome do canal é SOS Rio Grande do Sul e pode ser acessado no endereço: sosenchentes.rs.gov.br.
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