Nossos conflitos (internos e, por consequência, externos) têm uma causa comum: falta de autogerenciamento emocional, responsável por todos os “prejuízos” e em todos os setores de nossa vida.
O autogerenciamento nos auxilia a medir até que ponto nosso comportamento e nossos resultados estão “sintonizados” com nossa essência, uma vez que esse desalinhamento é o grande causador do que damos o nome de infelicidade, além de muitas doenças.
Quantas vezes dizemos sim, mas, na verdade, era o “não” que gostaríamos de dizer, ou seja, estamos dizendo não para nós mesmos: conflito! Quantas vezes nos permitimos estar em relacionamentos abusivos ou então deixamos de ser nós mesmos ou deixamos de fazer algo com receio da opinião ou da atitude dos outros... Quantas vezes vamos ou estamos onde não gostaríamos de estar - em nossa vida pessoal ou profissional - por preferirmos a melancólica e improdutiva zona de conforto ou status ou simplesmente por nos deixarmos de lado em nome de alguma dependência. Quantas vezes “cancelamos” alguém em função de uma frase, um pensamento ou uma atitude que não concordamos, e, por isso, deixamos de lado tantas coisas boas que aquela pessoa tem. O famoso e destrutivo “lado pessoal” ... E nós, temos, por acaso, o dom da perfeição? Tem o dom de ter razão em tudo?
As causas são muitas. De um lado, podemos ser “contaminados” em função da atitude de terceiros. De outro lado, podemos ser “neutralizados” em função do que os terceiros irão pensar ou como irão reagir. O fato é que, em quaisquer dessas situações, ficamos com os prejuízos. Explico: se alguém nos rejeita ou nos trata mal, não significa que nós somos os responsáveis por isso! A maioria esmagadora das pessoas hoje não tem essa percepção, ou até tem, mas não a utilizam.
Seja você, antes de tudo. Adaptar-se aos outros é deixar-se, deixando de se amar. Se você não agrada ou não foi bem tratado, não “compre” esse problema. Ele não é seu. Se alguém não nos aceita como somos, fazemos ou pensamos, agindo de maneira destrutiva, essa relação definitivamente não é bem-vinda à nossa saúde emocional e nos distancia cada vez mais de nós mesmos e de nosso potencial.
Quantas oportunidades de melhoria e crescimento são desperdiçadas nas empresas, entre amigos, em família ou relacionamentos por medo, receio, dúvida, insegurança... Quantas pessoas sofrendo, se anulando, perdendo grandes oportunidades, a paz ou mesmo a compostura por não saberem entender a diversidade, a heterogeneidade e respeitarem sua paz; ela vale ouro! Quantos assumindo “lixos” que não são seus, criando ou alimentando transtornos psíquicos por causa deles. Quantos “despejando seus lixos emocionais” em outros, por serem inimigos deles mesmos.
Questione cada vez mais seus pensamentos e emoções, equilibrando-os com a razão. A vida é aprender, desaprender e reaprender, questionando criticamente o que não está em sintonia com a nossa essência.
“Deixe a emoção solta para que você possa amar, ser tolerante e tranquilo, mas não a deixe solta para dirigir a sua razão. A maioria dos crimes, dos conflitos sociais, das ofensas nunca resolvidas e dos traumas sociais nunca apagados foram produzidos porque a emoção governou a razão. Determine não submeter a sua emoção ao conteúdo dos pensamentos perturbadores. Jamais se esqueça de que há uma força dentro de si que está desativada ou mal usada”. (Augusto Cury, em 'Treinar as Emoções Para Ser Feliz').