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21 de maio de 2024

CINEMA

Cineasta sérvio Zoran Djordjevic faz gravações de documentário sobre João Rural no Vale

Equipe de produção do documentário ‘Retratos – João Rural’ retomou no último final de semana as gravações do filme que vai contar a vida e a trajetória do paraibunense

Por Da redação
São José dos Campos

16/04/2024 - Tempo de leitura: 3 min

Divulgação

Zoran conversa com músicos, amigos de João Rural, antes de gravação em Paraibuna

A equipe de produção do documentário “Retratos – João Rural” retomou no último final de semana as gravações do filme que vai contar a vida e a trajetória profissional do jornalista paraibunense João Evangelista de Faria, o João Rural.

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O filme conta com diversas locações, situações e personagens e imagens captadas pelas câmeras, sob a direção do cineasta sérvio Zoran Djordjevic.

Formado pela Escola Nacional de Cinema da Tchecoslováquia, Djordjevic já fez mais de 20 filmes em diversos países, inclusive o Brasil. Dentre outras premiações, ele foi destacado no Festival Iugoslavo de Documentários e Curtas Metragens (hoje Festival Martovski). Em 2022, seu filme “Muros da Vida” foi a única obra brasileira premiada em Cannes, no Festival Internacional de Cinema Entr'2 Marches.

Financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo, através da Fundação Cultural Benedicto Siqueira e Silva, o filme tem roteiro do produtor, roteirista e diretor Diogo Gomes dos Santos, com produção do músico paraibunense Eduardo Rennó, da Rio Acima Produções Artísticas, a proponente do projeto, que conta com a parceria do Instituto Chão Caipira, um dos legados do jornalista para Paraibuna e toda a região.

JOÃO RURAL

Poucos valeparaibanos conheceram tanto sobre o Vale do Paraíba como o jornalista, pesquisador da cultura popular e culinarista João Rural, apelido que ganhou em razão da sua estreita ligação com o universo rural e com a cultura caipira do Vale.

Ele foi quem mais registrou a região, seja em textos, fotos e vídeos sobre pessoas, relatos, paisagens e a cena regional do Vale e do rio Paraíba do Sul, da nascente, em Areias, à foz, no mar do Rio de Janeiro.

Por mais de 40 anos, ele percorreu o asfalto e poeirentas estradinhas de chão para frequentar de casinhas de pau a pique a grandes fazendas históricas ou produtoras. Figura conhecida pela sisudez, tinha alma e jeito caipira de ser, era hospitaleiro e gostava de boa conversa, com um estilo de vida quase franciscano.

O acervo de João Rural tem mais de 70 mil imagens, em filmes preto e branco ou coloridos e em vídeos super 8, que estão sendo digitalizados para ficar disponíveis no site do Instituto Chão Caipira Malvina Borges de Faria, outra das suas iniciativas, com sede em Paraibuna.

O nome homenageia sua mãe, a quem deve suas primeiras inspirações para a culinária. O site está sendo reformulado para manter viva sua mensagem pela cultura, pelo homem e pelo meio ambiente regional.

ACERVO

Nascido em 1951, João Rural faleceu em junho de 2015, depois de uma vida dedicada à defesa, preservação, fortalecimento e divulgação da cultura caipira. Em 40 anos de pesquisa, reuniu um acervo de 300 horas de vídeo e filmes 8mm, 70 mil fotos e 7.000 páginas estimadas em livros, jornais e revistas, atuando como fotógrafo, redator, revisor, diretor, editor, produzindo e apresentando programas para a televisão regional.

O material reunido por ele traz a história da região do Vale do Paraíba da última metade do século passado até o início do século 21, com um olhar sempre voltado às tradições, expressões culturais, história, culinária, do homem do campo. Teve especial carinho pelo Rio Paraíba do Sul, voltado à sua preservação material e imaterial.

A partir de 2007, ele desenvolveu diversos projetos, alguns deles com apoio da Petrobrás como o Guia Nascentes – retratando todas as cidades do Vale do Paraíba –, documentários, livros, um curta-metragem infantil, histórias em quadrinhos, sem contar o muito que ficou inacabado. Todo esse material foi doado por ele em vida ao Instituto Chão Caipira, que agora tem a missão de preservar, publicar e divulgar esse acervo.