Antes de fazermos uma análise de decisões judiciais que estão amparando alguns alunos que não foram aceitos pelo critério de cor no vestibular da USP, precisamos adentrar de uma forma simples e resumida no porquê foi criada a política de cotas aqui no Brasil.
Copiada dos americanos, as cotas foram criadas e visam acabar com a desigualdade racial e o racismo estrutural resultantes de mais de 300 anos de escravidão no Brasil, que excluía negros e indígenas do sistema educacional brasileiro.
A Constituição de 1824 citava que a escola era um direito de todos os cidadãos, mas excluía os escravos, seus descendentes e os índios. A cidadania escolar só se estendia aos portugueses e seus filhos e aos imigrantes que chegavam bastante na época no nosso País.
Na Constituição de 1824 e na de 1891, o sistema escolar reservava aulas domiciliares aos ricos e escolas públicas e seminários católicos tinham pouquíssimos pobres.
Daí a importância de, independente de ser contra ou a favor, é entender por que existe essa iniciativa na educação brasileira e que teve muito êxito na americana.
Outra inverdades espalhadas é que os alunos cotistas possuem desempenho inferior aos não cotistas. Um estudo realizado pela USP acompanhou o desempenho das primeiras turmas com estudantes cotistas desde a sua implementação em 2018. E o resultado demonstrou que os cotistas só tiveram desempenho inferior no início dos cursos, mas logo se igualaram as melhores notas tiradas pelos não cotistas.
Há de se frisar também que as cotas aqui no Brasil são para 50% de estudantes originários do ensino médio público e o restante se divide para negros, indígenas e deficientes. Tivemos a decisão judicial que obrigou a USP abrir vaga a um estudante que se declarou pardo e não foi aprovado pela banca examinadora. Tudo bem, decisão judicial não se discute, ou se cumpre ou recorre em instância superior!
Mas tem várias pessoas que se assumem como pardos ou negras só quando vão obter algum dividendo. Entretanto, deveriam fazer isto diariamente no cotidiano e nos meios sociais que frequentam. Mas não é bem assim na realidade e sabemos muito bem disto!
PS- Mais uma morte na Quinta da Bela Olinda. Dizem a vox populi (voz do povo) que já passou de 100. E, apesar dos discursos e da boa intenção (o inferno está cheio), a lagoa continua do mesmo jeito esperando o próximo cadáver!
Custa colocar uma cordinha de segurança lá com boias apontando os lugares mais fundos?