No centro da disputa eleitoral se projeta o debate sobre um determinado modelo de sociedade. De forma geral, no contemporâneo, tem predominado uma maneira de se fazer política não muito honesta, na qual o candidato, quando alinhado com o extremismo de direita, procura esconder as ideias que representa. Os neofascistas ultraliberais buscam camuflar, com discursos de ódio e falso moralismo, o que realmente significa para a população mais empobrecida a ausência de políticas públicas e de distribuição de renda. Pregam a privatização de tudo, mas não revelam que tal projeto no fundo representa o total abandono, por parte do Estado, da classe trabalhadora. É por isso que o projeto neoliberal de um Estado mínimo é também considerado como uma autêntica barbárie social, a verdadeira distopia de um mundo sem direitos, que nega a democracia e a cidadania.
Em tempos de acentuado rebaixamento político, de manipulação descarada de informações, de produção de pós-verdades e de difusão de fake news torna-se bem mais difícil se avaliar qual o projeto político que melhor responde às demandas da sociedade e qual a liderança ou candidatura que guarda um real compromisso com a construção de uma ordem social ancorada nos princípios de justiça e de liberdade. Como saber a verdade dos fatos e das intenções políticas quando tudo se reduz a uma questão de marketing, de performance, de projeção midiática? A resposta a tais indagações deve ser buscada na análise do legado que pode ser vinculado a cada projeto político.
Alcançamos aqui o ponto central de nossa reflexão: a árvore boa pode ser reconhecida pelos frutos excelentes que produziu ao longo dos anos. Um bom projeto político deve ser identificado por tudo que já produziu de bom para a vida em sociedade. Esse é o legado da política. Quando a sociedade se depara com projetos políticos em disputa, torna-se fundamental avaliar o que cada projeto já produziu de bom para a coletividade. O projeto político está sempre vinculado a um partido. Identificar o legado de um determinado partido político é a tarefa imprescindível para não se fazer escolhas eleitorais equivocadas. Piracicaba não pode errar novamente!
No contexto específico de Piracicaba, há uma memória coletiva de uma gestão que fez história e construiu um importante legado, uma verdadeira herança política, que acabou por se constituir como um valioso patrimônio para toda a cidade. Em dois momentos distintos, de 1989 a 1992 e de 2000 a 2004, sob a liderança emblemática do economista José Machado, o projeto político pautado no princípio da justiça social e da ampla participação popular foi colocado em curso, marcando definitivamente a história política da cidade.
O ambiente de disputa eleitoral é propício para se debater os distintos projetos políticos que se apresentam à cidade. Para se identificar a boa árvore, é preciso perceber os excelentes frutos já produzidos. Destacam-se do grande legado do Partido dos Trabalhadores, nas gestões históricas do professor Machado em Piracicaba, o Engenho Central; o Projeto Beira Rio; a Ponte Pênsil; o sistema integrado de ônibus urbano; o orçamento participativo; a estruturação do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba e Capivari; o compromisso com a educação e com a cultura; o amor pela cidade; a preocupação ambiental; a transparência de uma gestão ética, aberta à participação popular e tantas outras ações que ficaram como inestimável legado. O PT e toda a coletividade têm agora a tarefa de defender esses bons frutos, que vicejaram como relevante e fundamental legado para Piracicaba.
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