21 de dezembro de 2024
ARTIGO

Sindicatos que prejudicam trabalhadores

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Recentemente, políticos petistas conclamaram greve contra decisão de privatizar a SABESP tomada pelo governo democraticamente eleito do estado de São Paulo, apresentando argumentos absolutamente ilógicos e despropositados prejudiciais os próprios trabalhadores que dizem defender.

Alegam que são contrários à privatização porque o comprador da empresa teria em mãos empresa estruturada com recursos do Tesouro estadual, como se o comprador fosse levar de graça a empresa para casa. Esquecem de dizer que o preço a ser pago pelo futuro comprador da empresa levará em conta a precificação por métodos correntemente utilizados pela ciência financeira em operações de compra e venda de empresas, conforme praticado no direito empresarial, e que este preço reverterá ao Estado o valor atual dos investimentos já realizados.

Profetizam o aumento de tarifas como se fosse o resultado necessário da privatização. Ignoram, portanto, exemplos notórios de barateamento dos serviços, como ocorreu com a prestação de serviços de telefonia, que beneficiou a todos os brasileiros após a privatização do sistema estatal da Telebrás. Ademais, ignoram que se houver acréscimos, estes deverão ser revertidos em investimentos para que mais pessoas se beneficiem do sistema de saneamento básico que a SABESP não é capaz de expandir.

Além disso, esses políticos e sindicalistas distorcem o direito à greve previsto nas leis brasileiras, fazendo utilização deletéria da máquina dos sindicatos que representam metroviários, ferroviários e professores para mera oposição política à privatização de companhia que sequer emprega as categorias de trabalhadores que representam. É notório que metroviários, ferroviários, professores e até profissionais de saúde, a rigor, não têm qualquer relação trabalhista com a companhia que será privatizada, a SABESP, nem deveriam se valer de direito alheio que não lhes pertence para fazer greve por simples diletantismo ou insurreição política.

O resultado da indigitada greve foi que, devido à paralisação de parte relevantíssima do sistema de transporte paulistano, houve filas extensas em pontos de ônibus, superlotação e sobrecarga em ônibus/lotações, demora acentuada para locomoção e trânsito caótico na cidade, atrapalhando toda a população. A adesão política e antiética de servidores públicos das áreas de educação e saúde gerou prejuízos significativos a trabalhadores e contribuintes que custeiam os serviços de saúde e educação do estado de São Paulo. Pacientes trabalhadores que já enfrentam filas para tratar problemas de saúde tiveram suas cirurgias remarcadas, com danos ao seu bem-estar. Ademais, foi necessário o adiamento do Provão Paulista. Portanto, a greve gerou tumultos desnecessários na vida de ampla gama de trabalhadores.

Na realidade, fica evidente que sindicalistas de certos partidos políticos, que controlam os sindicatos, prejudicaram sobretudo os trabalhadores das classes mais pobres, os quais precisam se locomover na capital para seus postos de trabalho. Quem necessita trabalhar para ganhar o pão de cada dia sofre com desmandos de sindicalistas que têm seus salários e benesses pagos por trabalhadores cumpridores do seu dever. Por isso, é vergonhoso que os sindicalistas prejudiquem precisamente a classe geral dos trabalhadores que eles tanto dizem defender! A população trabalhadora, vítima das ações extremistas desses sindicatos, é obrigada a pagar com dinheiro e tempo pelo incômodo geral que os sindicatos lhe causam ao prejudicar o seu direito constitucional ao transporte, à saúde e à educação!

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