O empresário Jorge Aversa, que integra o grupo de quatro sócios que são proprietários da antiga fábrica da Boyes, diz que o empreendimento previsto para ser construído no local vai restaurar e preservar o patrimônio histórico ali existente. Em junho deste ano, o Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural) aprovou a demolição de seis dos 13 prédios existentes na antiga fábrica, na rua Antonio Corrêa Barbosa. Para o local, já existia o projeto aprovado de construção de um shopping, mas que não avançou.
Agora, o que se prevê é a construção de quatro torres residenciais de alto padrão com 27 andares e 90 metros de altura. Aversa explica que o projeto foi desenvolvido pelo escritório do arquiteto Júlio Takano, ‘um dos principais nomes da indústria de varejo do Brasil’. “É um projeto para contemplar a cidade e não abrimos mão da preservação. Tudo que é histórico será preservado. Ficamos mais de um ano discutindo esse projeto e o Codepac é muito rígido. Nós trabalhamos muito para cumprir as exigências”, afirma.
O empresário cita que o projeto arquitetônico prevê alinhamento cultural, turístico e gastronômico e integração com o Engenho Central, “arquitetonicamente e como eixo de conexão da praça com a ponte estaiada”. O empreendimento, segundo o empresário, deve gerar de 1.500 a 2.000 empregos diretos e indiretos permanentes. Além disso, diz, será construído no local uma área para uso da comunidade com quiosques para artistas, artesãos, pequenos empresários e produtores agrícolas para divulgação e venda dos seus trabalhos. O projeto também promete a construção de 1.500 vagas, das quais 330 para acesso público. “É um trabalho sério que a população tem que conhecer melhor”, disse Jorge Aversa.
Apesar de o projeto estar definido ainda não há previsão para início da implementação do projeto. “Ainda depende outras aprovações”, disse Aversa.
RESISTÊNCIA - O anúncio da demolição de parte dos prédios da antiga fábrica para a construção de torres residenciais gerou grande repercussão. Um abaixo-assinado lançado na semana passada intitulado ‘Movimento em Defesa da Boyes’ visa barrar a construção de torres residenciais na antiga fábrica. “É fundamental nos posicionarmos pois a preservação da Boyes vai muito além de seu aspecto físico”, diz a petição. “Devemos fazer essa discussão de forma transparente e democrática. Decidir em conjunto com todas as representações da cidade, com seus cidadãos, qual o destino mais adequado para a Boyes” argumenta os organizadores do abaixo-assinado.
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