Trabalho é o conjunto de atividades realizadas com o objetivo de atingir uma meta, e qualquer atividade útil pode ser considerada como tal, seja material, intelectual, social, espiritual ou artística.
A visão materialista, imediatista e hedonista da vida, predominante em diversos setores da sociedade, considera o trabalho como pesado fardo, do qual se procura livrar. Esse condicionamento negativo faz com que os sagrados objetivos do trabalho sejam substituídos por uma visão pessimista em relação a ele, apresentando-se possibilidades de ganhos e vantagens sem o contributo do esforço paciente e perseverante na execução das tarefas que a vida apresenta. Desse modo, muitas pessoas se desviam do cumprimento de seu propósito existencial, alimentando desejos, fantasias e ambições, correndo atrás de privilégios a fim de usufruírem de comodidades que lhes parecem desejáveis.
Sob a preponderância do ego o trabalho pode se fazer detestável, e, por ignorância das leis que regem a vida, se busca o mínimo esforço com o máximo de benefícios. A fuga do trabalho revela por si só desarmonia interior e falta de perspectiva existencial, requerendo correção a fim de se aprender a experimentar a satisfação que o trabalho digno propicia, pois a lei do serviço é uma das que regem a evolução, necessitando ser compreendida e cumprida a fim de se alcançar os elevados fins da existência.
Para o ser consciente o trabalho se reveste de significado especial, como instrumento para o bem sob as mais diversas expressões. Desse modo, um dos indicativos de maturidade espiritual é o relacionamento com o trabalho, pois quem despertou para o sentido da existência procura todas as oportunidades para servir, independentemente de ganhos financeiros e das obrigações de natureza profissional.
Conforme uma perspectiva espiritualista e evolutiva, tal como apresentada por instrutores da humanidade, o trabalho desempenha importante papel no desenvolvimento das potencialidades anímicas, na construção social e no aprimoramento individual e coletivo. Torna-se, desse modo, não apenas necessário como desejável, motivo pelo qual os sábios são os que mais trabalham e servem, aproveitando cada oportunidade para construir algo belo, bom e útil aos demais.
Sob tal visão, o trabalho se apresenta como ferramenta evolutiva, bênção a favor da realização existencial. Essa visão ampliada e positiva coloca-o não apenas como meio para o provimento das necessidades humanas fundamentais, mas como possibilidade de se ampliar as formas de promover a sociedade de que se faz parte.
Ressalta-nos a importância da consciência espiritual desperta a fim de que os recursos científicos, tecnológicos, econômicos e outros mais sejam utilizados a serviço do bem comum, e não como infelizmente tem ocorrido, em que parcela significativa da humanidade os mobiliza de modo destrutivo e degradante, com resultados lamentáveis. Por isso torna-se fundamental que se tenha consciência da motivação, natureza e finalidade do trabalho que se realiza. Com o despertar da consciência, muitas pessoas sentem o impulso de mudar de trabalho ou de profissão, reconhecendo a necessidade de canalizar as energias para finalidade mais elevada.
Uma consciência desperta se expressa espontaneamente como serviço de natureza altruísta, pois o bem que se sente se exterioriza no bem que se faz. Por isso, qualquer ser alinhado aos propósitos superiores da vida trabalha e serve, não por imposição externa, mas por um imperativo interior.
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