21 de dezembro de 2024
ARTIGO

Você está pronto para descobrir qual será o futuro da sua saúde?

Por Rogério Cardoso |
| Tempo de leitura: 3 min

A inteligência artificial já é uma realidade significativa no mundo atual. É um fato inegável que a medicina e a tecnologia estão avançando juntas a passos largos. Com isso, em um futuro próximo, teremos acesso a uma quantidade enorme de informações sobre nossa saúde a cada ano que passa. Por um lado, os pesquisadores consideram isso maravilhoso; no entanto, por outro lado, os pensadores veem isso como um desafio. É desafiador porque nos leva a refletir se estamos emocionalmente preparados para lidar com essa quantidade de informações e como nossa rotina e comportamento poderão ser afetados por esses dados.

Quer ver um exemplo? Uma empresa americana chamada Prenuvo está causando polêmica nos Estados Unidos. Eles realizam um exame chamado "Full Body Scan" pelo valor de 2500 dólares, que se tornou uma febre entre as celebridades por ser capaz de detectar doenças ou anomalias no corpo, incluindo cânceres em estágio inicial e até 500 outras doenças. Este exame é, na verdade, um mapeamento detalhado do corpo, mas em estágio micro.

É amplamente reconhecido que detectar doenças e câncer em estágios iniciais é extremamente importante para aumentar as chances de cura e a possibilidade de tratamento. No entanto, os pesquisadores de comportamento estão preocupados com o potencial estresse físico e mental causado por esses exames, uma vez que o processo de investigação pode ser perigoso, especialmente devido à ressonância magnética de corpo inteiro. Embora médicos relatem que fazer uma ressonância magnética em si pode não ser tão arriscado, se algo anormal for detectado, realizar exames adicionais pode ser mais perigoso. Por exemplo, a realização de uma biópsia, que é um procedimento invasivo para testar se há células cancerígenas em uma área de preocupação, pode ser necessária para confirmar um resultado de ressonância magnética. Se a biópsia for normal, a pessoa pode ter passado por estresse físico e mental desnecessariamente.

Outra questão relevante é: se soubermos antecipadamente de uma possívem doença, como nossa mente reagirá emocionalmente a essas informações sobre esta informação e se isso poderia acelerar o desenvolvimento de doenças precoces? Nosso comportamento pode ser moldado por essas informações. Pode-se imaginar até uma blogueira compartilhando em suas redes sociais: "Pessoal, hoje estou tomando um suco verde com cúrcuma porque descobri que estou com uma inflamação que pode resultar em câncer, isso só por causa de uma célula que saiu no meu body scam e a partir de agora, tudo o que eu comer deve ser anti-inflamatório!" Já imaginou? Usar a doença para moldar o seu comportamento? Isso é saudável? É válido?

Com a crescente chegada da tecnologia e da inteligência artificial, esse é um dilema que se tornará cada vez mais real em nosso cotidiano. A combinação de novas tecnologias com a IA traz um grande poder para a indústria da saúde, e em algum momento, talvez não tenhamos opção senão receber essas informações. A capacidade de lidar com informações sobre nossa saúde no futuro será uma habilidade valiosa, permitindo que aproveitemos ao máximo os avanços médicos, tomemos decisões informadas e mantenhamos o bem-estar físico e emocional. Encontrar o equilíbrio entre o empoderamento pelo conhecimento e a gestão saudável das informações, sem cair na paranoia ou na ansiedade, será essencial. Já vemos pessoas assim “paranóicas” que não sabem de nada. Imagine já sabendo? Você faria esse exame ou não? Até a próxima!

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