23 de novembro de 2024
ARTIGO

Como evitar as doenças da vida “moderna”?

Por Júnior Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

“Quem cobra excessivamente de si pode ser ótimo para a sociedade e para sua empresa, mas certamente será seu próprio algoz”. (Augusto Cury)

Gosto desse pensamento do Psiquiatra e Escritor Augusto Cury porque ele sintetiza de maneira eficaz a principal causa de muitas doenças da modernidade.

A cada dia, cresce o número de pessoas que sofrem de algum transtorno psicológico, onde destaco: estresse, depressão, ansiedade, síndrome do pânico, síndrome de Burnout e fobias sociais. Um dos maiores problemas é que, se não combatidos, podem interferir negativamente na qualidade de vida das pessoas e até podem resultar em danos irreversíveis. Mais do que conhecer, é importante saber as causas e, a partir daí, gerenciar as soluções.

Praticamente todas as pessoas passam por problemas, entretanto, a cada dia que passa sabem lidar menos com eles, o que traz desequilíbrio emocional; isso porque todas as nossas atitudes e decisões tem como base uma emoção. O ser humano está se destruindo psiquicamente por alimentar perdas, frustrações, mágoas, se cobrar demais e cobrar os outros, antecipar-se ao futuro, supervalorizar a opinião alheia, querer mudar os outros e controlar o incontrolável.

Reflita um pouco mais sobre seu estilo de vida se ele não está muito acelerado; como você tem lidado com cobranças (dos outros e consigo mesmo); como está seu sono, sua alimentação, a prática de exercícios físicos, os “checkups” da saúde, sua ideia sobre o que é “ser produtivo”, a necessidade de sempre se superar, ser perfeito, comparações... O que você acha que acontece na sua mente quando essas “necessidades” não são bem gerenciadas ou supridas? É aí que começam os distúrbios!

Uma criança tem mais informação hoje do que um imperador romano tinha no passado. Congestionamos nossas mentes com o que não precisamos e nos abandonamos cada vez mais. A falta de conhecimento e de valorização da saúde mental / emocional, juntamente com o preconceito, são as “bases sustentadoras” do crescimento dessas doenças.

Numa viagem de avião, toda vez que os comissários repassam os procedimentos de segurança antes da decolagem, ouvimos a frase: “em caso de despressurização, máscaras cairão automaticamente”. Até aí tudo bem, mas o grande ensinamento vem em seguida, quando eles dizem: “primeiro coloque a máscara em você para depois ajudar os demais”.

Sabemos cada vez mais de tudo e cada vez menos de nós e nada vai funcionar para uma pessoa se ela não estiver acertada com ela mesma. Temos em nossa mente várias “caixas” que toleram apenas o que está no nosso controle. Elas foram feitas para isso. Quando nos deixamos de lado e “compramos” o que não é nosso, o que não precisamos efetivamente, ou tentamos controlar o que já não está mais no nosso controle, estas caixas começam a “transbordar” e “dividem” o problema com o físico.

Freud contribui muito nessa reflexão. Trago aqui dois de seus ensinamentos compatíveis com o tema de hoje: “Quando a mente não consegue resolver algum conflito, ela o divide com o corpo, que, aos poucos, o transforma em doença”; “sofremos porque somos estranhos a nós mesmos”.

Como você se encaixa em todo esse contexto?

“O indivíduo saudável e forte é aquele que pede ajuda quando precisa. Quer ele tenha um abscesso no joelho ou na alma.” (Rona Barrett).

--------------

Os artigos publicados no Jornal de Piracicaba não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Os textos são de responsabilidade de seus respectivos autores.