21 de dezembro de 2024
ARTIGO

Somos diferentes pois pensamos diferentes

Por José Osmir Bertazzoni |
| Tempo de leitura: 3 min

Diferente de todos os meus artigos vou iniciar esse texto com uma declaração pública (não se trata de justificativa) sobre minhas atitudes, atos ou palavras, porque me manifesto contrário a forma de governar do atual prefeito municipal Luciano Almeida. Não é pessoal? Lógico que não é pessoal! O Brasil se divide em várias formas de se pensar e de agir; tanto o Luciano como eu fomos educados pensando diferente, ele com características do universo empresarial e eu com características do universo público, sempre acreditando que era possível conviver com diferenças. Minha linha ideológica de formação pessoal está alinhada com um princípio que julgo ser justo: o debate democrático de ideias.

Somos diferentes porque pensamos diferentes, porque enxergamos o mundo de forma diferente: Luciano, com uma visão capitalista e eu com uma visão socialista. Em um ponto somente não divergimos, na defesa das instituições democráticas – por menos, ainda não divergimos. A Democracia é a única forma de convivência das diferenças e para contemplá-la vem a minha formação pessoal onde por dez anos atuei junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT-ONU) cuja visão é de formar discussões e decisões de forma tripartite, atraindo os atores para o debate e decisão.

Na visão da Organização Internacional do Trabalho, a justiça social é indispensável à paz duradoura de uma nação democrática. Logo, a OIT desenvolve o seu trabalho com o objetivo de reduzir a pobreza, promover uma globalização justa e melhorar as oportunidades para que as pessoas possam ter acesso a trabalho digno e produtivo em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana.

Meu orgulho, e que (não abrirei mão) foi do meu aprendizado e vivência que tive dentro do universo diplomático internacional, compartilhei aprendizado junto a OIT, única agência tripartida das Nações Unidas que reúne representantes dos governos, empregadores e trabalhadores de 195 países signatários com vista a adotar normas internacionais com decisões democráticas e participativas.

Por que divergimos tanto? PORQUE SOU CONTRA A PRIVATIZAÇÃO e Luciano favorável e privatista por formação, são diferenças conceituais de difícil conciliação, até pelo fato de que ele é o prefeito e nós servidores. Ele tem a caneta (temporária) e o poder de privatizar e nós o dever de resistir, lutar e contrariar. Simples assim.

A nossa visão sindical é a favor de um Brasil mais forte, mais igualitário e com serviços públicos de qualidade com protagonismo do Estado conforme dispõe a Constituição; defendemos os trabalhadores. Somos a favor de que as riquezas sejam para todos, não para o lucro de poucos. Somos favoráveis a um olhar de esperança que contemple um futuro melhor para o país e para seu povo.

Se o Estado não estivesse presente em um país com nossas dimensões (8.514.876 km²) não seria possível investimentos nos menos favorecidos como: Bolsa Família; Minha Casa, Minha Vida; Luz Para Todos; Universidade para Todos (ProUni); financiamento Estudantil (FIES); Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); Plano Safra; Programa Nacional de Imunizações; Programa Nacional de Alimentação Escolar, etc.

Posto isso, somos intransigentes com a defesa de que o serviço público tem que ser gerido e administrado pelo município, Estado ou União e que a terceirização ou entrega à iniciativa privada visando objetivo único da lucratividade não nos é aceitável.

Quanto a pessoa e a vida privada do prefeito não nos interessam, conquanto, entendo que política pública se faz com a participação de todos os atores e desde o primeiro contato com Luciano percebi que tínhamos muitas diferenças na forma de agir e de pensar e que somos de mundos muito diferentes.

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