No enfrentamento dos problemas e desafios que todos experimentamos, alguns recursos e ferramentas tornam-se especialmente úteis ao melhor aproveitamento das experiências, tanto quanto à conquista do que nos propomos realizar. Dentre esses auxílios a perseverança torna-se indispensável ao prosseguimento e finalização de qualquer tarefa, pois, se muitas vezes demonstramos interesse e entusiasmo inicial para qualquer realização nobre, somente perseverando pelo tempo necessário é que conseguimos atingir os objetivos almejados.
Parece-nos coerente, antes de perseverarmos em uma tarefa, que nos certifiquemos do rumo escolhido e dos propósitos que nos movem, já que, não poucas vezes, somos teimosos no erro, obstinados na rebeldia, insistentes no vício e determinados no egoísmo.
Ainda temos visão bastante limitada e superficial da existência, ao considerarmos fatos e circunstâncias sob óptica materialista e imediatista. Quando constrangidos à execução de algo que nos desagrada ou nas situações em que não obtemos resultados imediatos, a não ser que tenhamos suficiente capacidade de perseverar, tendemos a desanimar e a nos afastar do processo e da experiência educativa em que estamos incursos.
Da mesma forma que ao plantarmos uma semente não esperamos colher os frutos dela provenientes no dia seguinte, ao depositarmos novas e promissoras sementes no solo de nossa existência, não parece cabível esperar frutificação imediata, mas aguardar até o momento oportuno da colheita.
Alguns fatores podem nos fortalecer na jornada de autoaprimoramento, permitindo-nos prosseguir conforme a inspiração nos indique. Uma correta instrução espiritual nos capacita a compreender certas leis que governam a vida, permitindo-nos colaborar e agir em harmonia com elas. Nesse processo, a fé torna-se indispensável, pois nos abastece de forças para prosseguirmos, apesar dos inevitáveis obstáculos que encontramos. Graças a esses recursos internos, podemos seguir com relativa segurança e serenidade, sabendo que tudo obedece a propósitos maiores e benéficos, apesar das transitórias crises, aparentes retrocessos e relativos fracassos.
A perseverança apresenta diversos aspectos e se mostra valiosa em muitas situações: permanecer em serviço, apesar dos convites à deserção; resistir aos apelos infelizes e irresponsáveis que procuram o desvio do caminho correto; esforçar-se além dos aparentes limites, dilatando possibilidades e realizações; aguardar pacientemente a colaboração do Alto, quando vozes insensatas pedem o abandono e a fuga; permanecer fiel aos compromissos de natureza superior, quando tentado à desistência dos ideais abraçados; continuar no processo de autoconhecimento para a autorrealização, a despeito dos inumeráveis argumentos a serviço de interesses escusos.
Muitas vezes, quando pensamos em desistir, estamos a um passo de conquistar a vitória. Não sabemos de muitas ocorrências da vida, por isso perseverar no bem é estabelecer e manter sintonia com forças luminosas, criativas e curativas, que sempre se encontram disponíveis a quem se abre para recebê-las.
Além disso, sabe-se que, mesmo com os altos e baixos, luzes e sombras, acertos e erros que caracterizam nossa condição atual, existe uma força soberana que a tudo e a todos conduz rumo a realizações sempre mais amplas e elevadas. Essa certeza permite que, a cada queda ou erro, se retome a jornada e se prossiga, paciente e persistente, na consecução daquilo que dá sentido e significado à existência.
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