Trabalhar, cuidar da casa e do filho. Uma rotina que para muitas pessoas é comum de se imaginar que aconteça ao lado de outra pessoa, não é a realidade para muitas mulheres. “Não é fácil fazer todo o meu trabalho e ser mãe solo”. A frase de Kédima Silva resume parte do cotidiano dela ao lado do filho, Lucas, de 9 anos, de quem é mãe solo. “Ele entra na escola às 8h e depois eu pego ele às 17h30. E às vezes, eu levo trabalho para casa”, disse.
Ela divide a rotina de mãe solo com as obrigações de gerenciar uma associação de apoio à pessoas com deficiência em Limeira, empreendedora no ramo de eventos e síndica do condomínio onde mora com o filho. O trabalho não acaba no horário comercial. Para lidar com tudo, ela conta com algumas bases especiais: a parceria do filho e a rede de apoio. “Eu sempre falo que em casa somos só nós dois, e ele precisa me ajudar. Ele gosta de me acompanhar, porque ele participa. Ele é muito meu companheiro”, disse.
“Eu tenho uma rede de apoio dentro da minha casa, que é meu pai, minha mãe e meu irmão. Eu consigo ser mãe por causa dessa rede, e o próprio Lucas entende que é o meu trabalho, e ele sabe o quanto eu trabalho e me dedico”, contou. Apesar da rotina cansativa, eles estão sempre juntos. A parceria começa em casa, com muita conversa e a criação de rotinas saudáveis. “Todos os dias a gente senta à mesa e comemos juntos. Depois ele faz as atividades dele, e sempre fazemos algo que ele goste”, disse.
DIFÍCIL, MAS COM AMOR
Mesmo com parceria e rede de apoio, as dificuldades aparecem em vários momentos. A rotina fica mais complicada quando situações, que vão desde uma tarefa de casa até emergência médica, não podem ser divididas. “Essa é a parte mais difícil para mim. Às vezes eu chego em casa e preciso fazer comida e ele quer que eu fique com ele. Ou quando eu estou cansada e preciso deitar um pouco. Não consigo, porque ele está ali o tempo todo comigo. A gente combina, se hoje dá, amanhã a gente faz. E isso é mais fácil se tem com quem dividir”, comentou. “Todo dia, quando eu deixo ele na escola, eu dou um beijo e ele entra. Aí ele vai até a grade da escola, e manda um beijo para mim. E isso não há dinheiro que pague”, contou.
Kédima diz que conversa com o Lucas sobre família, e que eles tentam se entender. “Nós somos a nossa família. Às vezes ele fala ‘tal pessoa está solteira, porque vocês não namoram?’. Ele ainda acha que família é pai, mãe e filho, e que não precisa ser o pai dele”, contou. “Eu estou ensinando ele a ser, e não a ter. Ser um homem de caráter e virtudes”, concluiu.
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