Embora incomuns como animais de estimação no Brasil, duas espécies de macacos, encontrado na fauna brasileira, são permitidos em cativeiro. São eles os macacos-prego e os saguis. Entretanto, o custo desses animais é alto. Legalmente, o valor pode variar, o de um sagui em torno de R$8 mil a R$10 mil e o de um macaco-prego de no mínimo R$35 mil.
Segundo Thiago Navarro Vilalta, médico veterinário especialista em animais silvestres e exóticos, para ter um macaco de estimação é preciso que ele seja comprado de um criador credenciado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), apresentando uma nota fiscal no nome da pessoa que irá adquirir o animal.
Obviamente, a adoção de macacos de origem desconhecida por meio de sites ilegais não é recomendada em nenhum País. A maioria desses animais é caçada, repentinamente removida de seus habitats e comunidades e mantida em condições adversas até ser revendida para o comércio ilegal de animais. Além disso, contribuí indiretamente para a promoção do tráfico de animais.
Essa proibição é para proteger os macacos dos abusos comuns do comércio ilegal de animais selvagens, bem como dos maus-tratos, cuidados inadequados e abandono que muitas vezes sofrem quando são adotados por pessoas que desconhecem suas necessidades especiais.
No entanto, é preciso estar ciente de que manter um macaco requer um investimento significativo. Os custos são muito altos e vão além do preço de compra, pois muitas vezes o gasto para manter a saúde do animal e uma boa qualidade de vida é recorrente.
“Não recomendo as pessoas a terem esse animal em casa, não acho viável. Eles são animais que necessitam muito da atenção. Os cuidados com eles são os mesmos de quando se tem um bebê recém-nascido em nossas casas. Ocupa muito tempo do humano que vai ter esses animais. Eu tenho diversos casos de pessoas que adquiriram e depois se arrependeram, devido à falta de tempo e organização para cuidar”, conta Thiago.
Como todos os animais, necessitarão de nutrição completa e balanceada para uma boa saúde e desenvolvimento geral. No seu habitat natural, os macacos costumam manter uma alimentação muito variada, fresca e natural. Isso significa que fornecer uma boa dieta leva tempo, dedicação e um bom investimento em produtos orgânicos frescos.
“A alimentação seria a base de frutas e proteína. Pode ser usado papinhas, como as da Nestlé, aquelas usadas para alimentar bebês. Pode ser preparada também a caseira. Feitas, podem ser congeladas e fornecidas ao longo do dia, nos horários estabelecidos para a refeição do animal. Ao longo do tempo, conforme crescem, pode ser dado a fruta inteira para que descasquem sozinhos, além de carne como fonte de proteínas”.
Além disso, para mantê-los, é preciso muita atenção à sua estimulação mental. São animais altamente inteligentes e sensíveis, por isso precisam exercitar habilidades cognitivas e emocionais para se manterem saudáveis, felizes e ativos. Sedentários ou entediados, podem ficar estressados e desenvolver muitos problemas comportamentais. Esses animais devem desfrutar de aulas de enriquecimento e brincar pelo menos algumas vezes por dia.
Como descendentes de primatas, macacos e humanos compartilham doenças semelhantes, sendo um risco para a saúde do tutor e do animal. Algumas doenças não são perigosas para os macacos, mas podem serfatais para os humanos.
“Os riscos da saúde são os mesmos das doenças humanas, desde uma simples gripe até doenças mais graves, como febre amarela e doenças respiratórias. Todas são transmissíveis de um paraooutro. Por isso, os cuidados de zoonose são extremamente importantes”, explica.
Quando os animais são comprados ilegalmente, é menos provável que sejam vistos por um veterinário e, portanto, não sejam vacinados. Por isso, não é incomum que eles contraiam doenças que podem ser muito prejudiciais aos tutores.