23 de novembro de 2024
ARTIGO

Quem é essa tal “motivação”?

Por Júnior Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

Muito se fala em motivação. Mas, você sabe realmente o que significa? Antes de mais nada, é preciso entender a grande diferença entre “estar” motivado e “ser” motivado.  “Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas”. Augusto Cury sintetiza nesta frase quem “é” motivado. O “estar” motivado tem relação com o momento, quando tudo conspira a favor e o cenário é totalmente satisfatório. Entretanto, quando as coisas começam a tomar outro rumo e aquela fase se encerra, a motivação vai embora de carona (e a procrastinação toma conta do espaço), “esperando” uma nova situação favorável para voltar. Só quem vive assim entende como esse ciclo vicioso é perturbador e nocivo.

Ser motivado não depende de acontecimentos, prêmios, ilusões, comparações. Os motivados sabem enxergar o limite do “controlável” e do “incontrolável” e agem no controlável, ou seja, no que se pode fazer, no que altera a realidade. Ser motivado é ser mais profundo, mais sábio, é ir além, é ter sucesso, é estar na segunda milha... É minoria.

A vida é como uma pista sinuosa e os motivados têm muito mais chances porque estão preparados para estas curvas e não são jogados para fora da pista... A motivação gera energia suficiente para encontrar saídas onde as pessoas veem apenas obstáculos. Essa energia gera alegria, disposição e, consequentemente, vitórias. Você conhece alguém assim, não conhece?

Ser motivado é viver a sabedoria da água, que nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna. A aplicação disso é o fato de sermos muitas vezes ofendidos, nos frustrarmos ou passarmos por momentos difíceis. Reflita onde você se encaixa - usando o exemplo da água - e tenha a explicação sobre como e para onde sua vida está indo.

A beleza do significado do tema de hoje se perde na confusão gerada pela falta de conhecimento sobre ele. Infelizmente, o “estar” motivado vai ganhando cada vez mais formas e cores no mundo atual. Alegrias ilusórias e rápidas; materialismo que sufoca o caminhar. Relacionamentos que se agarram a funcionalidades, ao “externo”, caprichos, conveniências, modas e valores superficiais e momentâneos. Importante ressaltar que não há relação afetiva que se sustente adequadamente ou desenvolvimento pessoal / profissional eficazes sem o autoconhecimento e as providências que se tomam a partir dele. E é exatamente por isso que estar bem resolvido consigo mesmo é o princípio sábio da felicidade e, claro, da motivação, em todos os sentidos.

E nós, como líderes, pais, educadores, amigos, colegas de trabalho, em nossos relacionamentos ou em nosso dia a dia, estamos (também) buscando motivar quem está ao nosso redor ou apenas esperando e cobrando? Motivação transforma e liberta, então... por que não compartilhar? Por que não ensinar? Como disse Steve Jobs: “As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas”.

Enfim, para que valorizar os pilares do “ser” motivado? Para que reflexão, autoconhecimento, fortalecimento, autodomínio? Isso não é muito “interessante”, afinal, o mundo de hoje é um verdadeiro “delivery” material e emocional, com todos os elementos que “tamponam ilusoriamente” qualquer chance do “ser” motivado, mesmo porque, quem (apenas) “está” motivado vai alimentando essa triste engrenagem que rouba a verdadeira felicidade, produzindo peças repetidas e obsoletas, que nunca chegarão a um produto final de qualidade e conteúdo.

Como está sua motivação? Como está sua vida?