01 de agosto de 2024
PERSISTÊNCIA

Do amador ao profissional: atletas e o sonho de ganhar dinheiro correndo atrás da bola

Por Erivan Monteiro | erivan.monteiro@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Alessandro Maschio/JP e Divulgação
Edmundo com a camisa do Vera Cruz; hoje, volante atua na Primeira Divisão de Goiás

O futebol amador de Piracicaba e região revelou, ao longo dos anos, inúmeros atletas para as equipes profissionais. E até hoje continua nutrindo o sonho de milhares de jovens que têm a esperança de que sejam “notados” pelos clubes Brasil afora.

Na última temporada, o amador da Noiva da Colina proporcionou a chance que o volante Edmundo, 23, tanto esperava: ganhar nova oportunidade para ganhar dinheiro correndo atrás da bola.

O volante começou no amador aos 15 anos e rodou equipes como o Barroca, CKP, Granada, Jardim São Paulo e Jardim Oriente, entre outros. E em um de seus últimos clubes, o Vera Cruz, teve a oportunidade de ser campeão. 

Com tanta bagagem, ele assinou com o Goianésia até o final do Estadual de Goiás, em abril. Está muito feliz por lá. E não é a sua primeira passagem por clubes profissionais. “Já joguei no Bangu, Nacional de Muriaé e Lemense”, enumera o piracicabano, que mora no bairro Piracicamirim.

Com nome de craque, Edmundo conta que teve de “ralar” para chegar a seu objetivo. “Sempre tive esse sonho desde criança”, conta. “Houve momentos muito difíceis e complicados; pensei em parar e começar a trabalhar. Mas, graças a Deus, perseverei e hoje estou empregado”, completa o volante.

Com muitos planos, ele mantém a esperança de jogar em times grandes e, quem sabe, atuar na Europa. Condições para isso, ele garante que tem. “Sou um 2º volante que tem boa saída e gosto de chegar no ataque como elemento surpresa. Tenho bons passes e boa visão de jogo.”

Sobre o futebol amador, ele guarda muitas lembranças e grandes aprendizados. “Um dos fatores que me ajudou (sic) foi a ter mais personalidade no futebol. Você aprende a não ter medo de errar e a lidar com a pressão da torcida, que é muito exigente em Piracicaba”, assegura o jogador.

CONTRA O XV

Na última quarta-feira (15), o XV de Novembro recebeu o Lemense pelo Paulistão da Série A2, no Barão, e colecionou mais um empate na competição. Porém, o que pouca gente ficou sabendo é que o camisa 10 do time de Leme saiu do futebol amador de Piracicaba.

O meia Valdívia (o apelido é por motivos óbvios), 22, atuou somente no primeiro tempo, mas foi fundamental para a abertura do placar para o Lemense, aos 10 segundos de jogo. Ele dividiu com a zaga na entrada da área quinzista e a bola sobrou para Douglas bater cruzado e marcar.

Natural de Sumaré, o jogador atuou durante seis meses pelo Vila Fátima, onde se destacou e chamou a atenção da comissão técnica do time de Leme. Com contrato de um ano, Valdivia agora quer se firmar na profissão e prosperar no esporte profissional.

“Toda criança tem o sonho de ser jogador”, diz o atleta, que, devido a seu biotipo franzino, teve de vencer as contusões. “Foi uma trajetória de lesões que me atrapalharam, mas eu segui firme e conquistei meu primeiro objetivo.”

Valdívia se autodefine como um jogador de bom passe, de arrancada e que procura o jogo apoiado. Características que foram “lapidadas” nos campos irregulares da várzea piracicabana. “O amador ajudou a ser mais cascudo dentro de campo”, reconhece.

O presidente do Vila Fátima, Júnior Cesar, o Junião, conta a trajetória do meia no clube piracicabano. “O Valdívia veio jogar com a gente no ano passado e foi campeão de dois campeonatos”, lembra. “Foi campeão do Amador e depois da Copa dos Campeões contra o Vera”, emenda. 

VALORIZAÇÃO

O presidente da Superliga de Piracicaba, Matheus Nocete, comemora a ascensão de atletas ao profissionalismo. “Isso valoriza ainda mais a competição e coloca a certeza de que a Superliga, apesar de ser amadora no nome, se destaca pela organização e zela pela qualidade na entrega de suas competições”, conta.

“No próximo dia 25, se iniciam as categorias sub-13, sub-15 e sub-17 e em maio iniciamos o sub-20, com a perspectivas de 900 jovens com o sonho de se tornar um jogador profissional. Mas, acima de tudo, o principal é formar pessoas de bem e que possam vencer na vida”, finaliza Nocete.

Após atuar no Vila Fátima, Valdívia assinou com o Lemense, ganhou a camisa e atuou contra o XV