O reitor da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), professor Ismael Forte Valentim, com o professor Josué Adam Lazier, diretor de Extensão e Cultura da universidade e a advogada Renata Helena da Silva Bueno, diretora de Relações Institucionais da Unimep e coordenadora Nacional Jurídica para a Educação Metodista apresentaram os planos para a instituição em 2023. Nesta semana foi divulgado pela instituição de ensino que todos os cursos de graduação e pós-graduação serão transferidos do campus Taquaral para o Centro, causando uma grande comoção na população piracicabana, principalmente em ex-alunos da universidade.
O reitor falou sobre a situação da universidade. “A Unimep não fechou, o que está acontecendo é a mudança de campus, os cursos que estavam locados no campus Taquaral, serão transferidos para o campus Centro”, disse. Essa decisão está dentro de um movimento do grupo Metodista de buscar a sua adequação. “Estamos adequando a Unimep dentro do seu potencial financeiro, e isso faz parte do Plano de Recuperação Judicial que foi aprovado no final do ano”, salientou. O reitor disse que a Educação Metodista está passando por dificuldades a aproximadamente 20 anos, e a atual gestão tem o intuito de buscar soluções para grave crise. “Para se ter uma ideia, existe uma ação trabalhista dos professores, através do sindicato que começou em 2003, são 20 anos de uma ação, mas o grupo Metodista soma um número significativo de ações trabalhistas”, explicou.
A Unimep conta com 485 alunos matriculados nos cursos noturnos, e 46 nos cursos matutinos, além de 193 alunos no campus de Lins. “É impossível manter o campus Taquaral, com esse número de alunos, temos que ter responsabilidade. Foi uma difícil decisão, estamos sofrendo muito, mas é necessária essa mudança para adequação, e colocar a instituição dentro do orçamento atual”, disse.
O reitor disse ainda que os 46 alunos dos cursos matutino terão que mudar para o noturno. “Vamos estar no campus Centro, e durante o dia funciona a educação básica, do Colégio Piracicabano, e por lei não é permitido as aulas do ensino superior no mesmo horário da educação básica, então teremos que fazer um remanejamento nos horários dos cursos matutino para o noturno”, enfatizou.
“O Plano de Recuperação Judicial é da Educação Metodista, e não somente da Unimep, o grupo Metodista abrange 16 universidades, nos últimos seis anos nós perdemos aproximadamente 60 mil alunos, ou seja, 10 mil alunos por ano, isso aconteceu por causa da crise internacional, pandemia que assustou a população, a grande oferta de instituições públicas e privadas, o EAD (Educação à Distância) é um fato, muitos alunos preferem fazer à distância, tanto é que o número das matrículas dessa modalidade aumentaram consideravelmente, ultrapassando até as matrículas nos cursos presenciais”, disse.
Valentim disse que a ideia a princípios era da Unimep ter 23 cursos de graduação, mas o número de matrículas está bem abaixo do esperado. “Tínhamos a ideia de começar 2023, com 23 cursos de graduação, mas infelizmente o número de matrículas está abaixo do que esperávamos, estamos trabalhando nisso, para preencher os 23 cursos teríamos que ter 1700 matrículas, e não é nossa realidade, isso também foi avaliado quando nos reunimos para decidir a mudança para o campus do Centro”, disse.
Com a mudança para o campus Centro, o reitor disse que há possibilidades de mudanças no valor das mensalidades. “Nós temos uma série de variáveis que compõe o valor da mensalidade, uma vez com uma estrutura diferenciada e com um custo mais baixo, certamente essa variável tem como tornar-se os cursos mais baratos, não muito mais, mas é provável que até possa ser usado esse tema para chamar os alunos para a universidade”, finalizou.