17 de dezembro de 2025
LUTO

'A gente fica emocionado por que eu convivi muito com o Pelé', diz Peixinho

Por Erivan Monteiro | erivan.monteiro@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Foto e Vídeo - Alessandro Maschio/JP
Peixinho mostra foto do lendário time do Santos: 'Com ele era muito fácil jogar'

Radicado há quase 50 anos em Piracicaba, o ex-atacante Peixinho, 82, fez parte do time mágico do Santos da década de 1960. Jogou com Pelé entre 1964 e 1965. A morte do Rei do futebol e amigo de longa data o deixou muito abalado. "A gente fica emocionado por que eu convivi muito com o Pelé", disse.

Quando recebeu a notícia do falecimento de Pelé, ele estava em sua casa, no Jardim Monumento, em Piracicaba. Após isso, recebeu algumas solicitações de entrevistas, entre elas do JP, e até de uma rádio da Colômbia, que queria saber o clima de consternação vivido pelo povo brasileiro.

Pelé deixou o mundo de luto aos 82 anos, na tarde desta quinta-feira (29). O melhor jogador de todos os tempos não resistiu a um câncer no cólon. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Seu coração bateu pela última vez de forma lenta e pausada, sem que seu corpo sentisse qualquer dor.

Peixinho disse que conversou com o Edinho, filho de Pelé, há pouco menos de um mês, quando se encontraram no estádio do Morumbi, em São Paulo, e a situação já era preocupante para a família, pois o maior atleta do planeta já estava internado.

"Eu encontrei o Edinho e, naquela epóca, ele já me disse: 'Peixe, o meu pai não está bem'. É muito triste ouvir isso de um filho", lembra o ex-atacante, revelado pelo São Paulo e que fez história ao marcar o primeiro gol do Morumbi, na inauguração do estádio tricolor, em 2 de outubro de 1960, contra o Sporting. 

Peixinho lembrou de sua amizade com o Rei do futebol. "Nas excursões, eu ficava no quarto com o Pepe e ele ficava com o Lima. E como o Pepe e o Pelé se davam muito bem, a gente estava sempre conversando, em dia de folga e tal. Criou aquela amizade, de ficar mais junto. Por isso, a gente sente. Era um cara muito simples, dentro de campo e fora de campo."

No Santos, foram anos de glória na carreira de Peixinho, que cansou de levantar taças em duas temporadas atuando no time da Vila Belmiro ao lado "dele". "Fomos bi paulista, bi brasileiro, bi Rio-São Paulo... ganhamos quase tudo", lembrou.

Como Peixinho e Pelé têm a mesma idade, antes de se encontrarem no Santos, atuaram no time do Exército Brasileiro, em 1959. "Fomos campeões sul-americano militar juntos", contou. "Com ele era muito fácil jogar. Mas, às vezes, também era difícil, pois nem nós mesmos sabíamos o que ele ia fazer. Era genial", testemunha.

Para o ex-atacante, não houve e nem haverá igual ao camisa 10 do Santos e da Seleção Brasileira. "Não vai aparecer. Ele está muito longe de todos esses bons jogadores que têm por aí. Pelé suplanta todo mundo. É inigualável. Não tem como. Quem jogou com ele e quem jogou contra ele, sabe que igual ao Pelé não vai existir", finalizou Peixinho, que é funcionário vitalício com o São Paulo e trabalha como olheiro de meninos  de 11 a 13 anos para o CT de Cotia.