18 de dezembro de 2025
EXAGEROS

Humanização dos pets pode gerar problemas de saúde ao animal

Por João Paulo Silva Bombo |
| Tempo de leitura: 2 min
Pixabay
Se tornaram filhos, usam roupas e andam em carrinhos de bebê. Isso pode causar sérios problemas

A relação entre animais e humanos mudou com o tempo, tendo resultados positivos e negativos, como o exagero que pode prejudicar a saúde dos pets. Pelas ruas vemos que os animais viraram membros da família, começaram a usar roupas, viajam pelo mundo, ganham festas de aniversários com bolos e recebem características humanas.

O termo humanização vem da filosofia, com o significado de antropomorfismo, que significa atribuir características físicas, emocionais e de personalidade a seres inanimados e a animais não humanos. Dessa forma surgiu o termo humanizar ou humanização, que significa tratar os animais como se fossem seres humanos.

Tratar o pet de forma exagerada como se ele fosse outro ser humano, ignorando suas necessidades enquanto espécie específica, não é recomendável: ou seja, tratar o animal como se fosse um filho, por exemplo, colocando-o na mesa para comer alimento humano, vestir roupas que reproduzem vestimenta humana, colocar sapatinho, lacinhos, gravatas, etc.

Esse costume dos tutores pode prejudicar muito os animais, pois é a imposição de um desvio de característica genética de comportamento.

Segundo Oliveiros Barone Castro, psicólogo clínico e pesquisador especializado em comportamento e na relação humano - animal, essa relação se torna patológica e trás sérias consequências aos animais, como o hiper-vinculo que leva a ansiedade por separação, onde o animal entra em um sofrimento emocional profundo quando seu tutor está ausente, podendo passar lamber patas ou mesmo se auto mutilar. "Existem casos que o animal entra em estado depressivo ao ficar longo tempo sozinho sem a presença de seu tutor, apresentando quadros de alta ansiedade e estados de apatia", conta.

Para evitar qualquer tipo de problema, a orientação é simples. Respeitar o animal como espécie específica. "Pode e deve dar amor, carinho e atenção e proporcionar tudo que ele necessita para seu bem estar, mas não ultrapassar a linha que divide uma espécie da outra", ressalta Oliveiros.

Muitas vezes um animal entra em uma família por projeções emocionais inconscientes do ser humano, onde ele 'terá que cumprir um papel' pré-determinado. Como exemplo é aquele animal que está 'substituindo' um outro que morreu, ou para fazer companhia para uma pessoa que ficou sozinha, ou mesmo para suprir a ausência de filhos de um casal. Todos esses exemplos podem ter sucesso ou podem dar muito errado e sempre o animal é prejudicado em todos os sentidos quando não existe planejamento para isso.

Em alguns casos, os tutores usam e abusam de acessórios e roupas robustas que podem prejudicar a saúde e causar problemas físicos no animal. "Pets não precisam usar roupas, muito menos calçados. Sua estrutura física e fisiológica está geneticamente adaptada para ser como é. E sim, perfumes e penduricalhos podem prejudicar os animais em vários sentidos, desde uma alergia de pele até um comprometimento orgânico mais sério. Porém, isso não quer dizer que não deva colocar uma 'roupa' em animais de pelo curto no frio. Mas o exagero é que pode se tornar patológico tanto para o animal como para o humano", conclui.