26 de novembro de 2024

Caminhos

Por José Faganello |
| Tempo de leitura: 3 min

Por José Faganello

“O Caminho para cima e o caminho para baixo são o mesmo” (Heráclito)

Muitos são os caminhos neste planeta em que vivemos. Ele é considerado pequeno no contexto do Sistema Solar, mas para nós afigura-se muito grande e possuidor de imensa população, além de suas incontáveis riquezas naturais. Em sua historia consta nomes de famosos caminhos que serviram para os mais diversos empreendimentos. A primeira referência que me chamou a atenção foi, ao estudar a história dos persas, a “Estrada Real, construída por ordem de Dario 1°. Nela os mensageiros do Correio por ele criado, podiam percorrer 2699 km em sete dias. Heródoto registrou: ”Não há nada no mundo que viaje mais rápido que esses mensageiros persas. Nem a neve, nem a chuva, nem o calor e nem a escuridão da noite impedem que realizem a tarefa proposta a eles, com a máxima velocidade”

Além de ter notícias rápidas de suas Satrápias (divisões administrativas do Império Persa), por ela as tropas de Dario 1° podiam deslocar-se rapidamente para sufocar eventuais revoltas
Ficou famosa a frase: “Todos os caminhos levam à Roma”.Deles, o mais famoso foi a “Via Apia”, toda lajeada em seu percurso permitia, igualmente, o rápido deslocamento de tropas militares, assim como favorecia o intercambio mercantil.
Outro nome famoso foi “A Rota da Seda”. Ela unia o extremo oriente com o ocidente e teve como o mais famoso aventureiro veneziano Marco Pólo. Foi através dela, principalmente, que as famosas especiarias chegavam à Europa, junto vinham influências culturais, novos hábitos e a cobiça, mãe de arrojos inconcebíveis resultando nos grandes descobrimentos marinhos.
Importantes foram as “Rotas Terrestres Medievais”, com suas famosas feiras e responsáveis por semearem, ao longo de seus caminhos, cidades que cresceram, emanciparam-se, se perpetuaram e, acima de tudo, foram fundamentais para uma necessária e salutar modernização.
Para os esotéricos, seria imperdoável não citar “O Caminho de Santiago à Finisterrae” (Fim da Terra). É uma estrada a ser percorrida a pé de Santiago (cidade espanhola) até o oceano, que representa o fim, a morte com o Por do Sol e o Renascimento com a Aurora, o nascer do Sol.
Rotas terrestres foram e, principalmente agora, são incontáveis e é por elas que corre o sangue do progresso. Mais fácil, na antiguidade, foram as rotas pelos rios e mares.
Em nossa história, nós paulistas, temos o rio Tietê, que foi a providencial rota para a conquista de nossos sertões e as descobertas de ouro e de pedras preciosas.Tivemos, também, nossa Estrada Real, no Brasil Colônia, ia de Parati a Diamantina, por ela escoou o ouro e pedras preciosas de Minas Gerais.
Incomparáveis são as façanhas realizadas pelos mares. Fenícios, cartagineses, gregos, romanos, vikings e logo a seguir espanhóis, portugueses, italianos, franceses, holandeses e britânicos, entre outros inspiraram poetas e romancistas a descreverem seus feitos admiráveis.
O espaço está curto, mas não posso omitir ao menos uma referência às nossas vias aéreas a encurtarem distâncias e nos levarem com impressionante rapidez ao destino que escolhemos.
Estou escrevendo esse artigo as 5,30 hs de 22/01/2012 num apartamento ao lado da praia de Maranduba, em Ubatuba, município repleto de lindas praias emolduradas por cenários cinematográficos.
Estive antes muito de passagem pelo litoral norte, há uns 30 anos atrás. Por circunstâncias freqüentei bastante a baixada santista São Vicente, Santos e Guarujá.
Vim receoso para cá, pois com a chuvarada anunciada para o Brasil todo, pensei, o que me aguarda em Ubachuva? De segunda ao domingo Sol todos os dias, houve apenas duas fracas pancadas de chuva ao entardecer.
D.Pedro, Carvalho Pinto e Tamoios foram os caminhos que me levaram às maravilhosas praias e a rever o mar, esse mar sempre recomeçado, com o vai e vem de suas ondas a nos lembrar do vai e vem de nossas vidas, ora com calmaria e ora com tempestades. Este final escrevo na segunda feira; por esse motivo coloquei a frase inicial de Heráclito, pois o caminho que fiz para ir foi o mesmo para voltar, congestionado na ida e na volta.

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