25 de dezembro de 2024

Ansiedade

Por Francisco Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

Por Júnior Ometto

Durante uma viagem, muitos têm o hábito de ficar verificando a quilometragem ou contando o tempo que falta para chegar ao destino. Numa delas que fiz há muito tempo, fiquei incomodado com isso e pensei: “Eu tenho que me livrar deste hábito de ansiedade e de pensar sobre o destino…” Enquanto dirigia, cheguei a um local com uma paisagem muito bonita… Eu estava sozinho, longe de qualquer cidade e não havia quase nenhum outro carro na estrada. Era apenas eu, a estrada e o destino, aliás, bem distante!
Enquanto eu estava dirigindo, uma sensação de calma tomou conta de mim. Parei no acostamento por alguns minutos. Tudo era muito tranquilo e o som dos insetos parecia alto de tanto silêncio… Foi aí que, subitamente, percebi: eu tinha esquecido completamente o quão longe estava do meu destino e, simplesmente, curtia o momento!
O que começou sendo uma longa e ansiosa luta para alcançar o meu destino, acabou sendo uma viagem deliciosa, vivida momento a momento. Eu realmente gostei de dirigir por diferentes cenários… Em alguns peguei uma tempestade e em seguida vi os mais belos arco-íris. Depois, me deparei com um festival onde as pessoas estavam comemorando e soltavam belíssimos fogos de artifício… Eu perdi a noção do tempo e os quilômetros que faltavam, pois eu decidi aproveitar a viagem em seus detalhes e não focar apenas em chegar ao destino. Se eu não tivesse feito isso, a minha viagem certamente teria sido longa e sofrida.
Você já entendeu o contexto dessa mensagem, mas, como sempre, te convido a ir além! Há muita gente “aprisionada” ao passado, ao superficial ou ao planejamento doentio do futuro. Medo e preocupação já ocupam um espaço além do equilíbrio. Preciso também alertar que muitos, ao chegar no final de suas vidas, não têm uma história de conteúdo para contar, porque não valorizaram o que realmente é relevante na “viagem” e se venderam às ilusões, cobranças, atalhos, vícios, apegos, facilidades e superficialidades que ela sutilmente ofereceu ao longo do caminho…
Relevante é o que agrega. De tudo o que você receber, saiba extrair o que (realmente) te ajuda a crescer e ter qualidade de vida. O restante, simplesmente mande para a lixeira, lembrando que autoconhecimento é condição “sine qua non” para isso. Se alguém precisa melhorar ou não está satisfeito com algo, deve buscar ajuda e não destruir ainda mais o caminho. Curta a viagem com qualidade!
Infelizmente, a maioria só “acorda” para tudo isso no momento de muita dor ou na ameaça da perda! É preciso humildade para entender essa incontestável sabedoria, agindo antes e enquanto há tempo, retirando as vendas da pobreza espiritual, do orgulho fantasioso e da inteligência utópica.
Mas… e a viagem?
Pensando nisso hoje, eu não tenho certeza de que chegar ao meu destino final - algo que me deixava tão ansioso - foi tão espetacular… A viagem em si é que valeu a pena e trouxe sentido (mesmo porque não temos o controle do nosso momento seguinte, aliás, não temos o controle da maior parte das coisas!). E foi neste momento que eu decidi tentar agir assim para qualquer situação em minha vida.
Aprecie também o processo e não só o prazer em alcançar o objetivo.
Os maiores artistas não ficaram famosos porque acordavam todas as manhãs arrancando os cabelos pensando em como eles poderiam se tornar artistas famosos. Foram positivos e proativos! Dessa maneira viraram grandes artistas; com mais um poderoso detalhe: amavam pintar suas obras-primas.
“Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”. (Mahatma Gandhi).
Por isso, curta o passo a passo de pintar a sua obra-prima chamada vida e grandes coisas virão, naturalmente…

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