13 de julho de 2025
Logo Header

Hamsters podem transmitir doenças a humanos por meio da mordida?

Por Laís Seguin |
| Tempo de leitura: 2 min
Capa da Notícia

Estes pequenos roedores não oferecem riscos, desde que sejam bem cuidados

Os hamsters são pequenos roedores que assustam certos tutores, por serem similares fisicamente com os ratos. Porém, ambos os animais são bem diferentes uns dos outros. Quando bem cuidados, os hamsters não oferecem risco para o tutor e sua família.

Como explica Erika Von Tol, médica veterinária com atuação em clínica e cirurgia de pequenos animais e pets não convencionais, os hamsters são criados há gerações em cativeiro, ou seja, em ambientes controlados. “Os roedores de rua, por outro lado, são animais que vivem em locais como esgoto e estão frequentemente expostos a patógenos, vírus, bactérias e parasitas que são potencialmente perigosos aos seres humanos”.

Tiago Perez, biólogo e médico-veterinário, afirma que há algumas zoonoses, ou seja, doenças que podem ser transmitidas de bichos para humanos e vice-versa, que acometem esses animais.

Como são roedores, eles podem ter e transmitir salmonelose (infecção bacteriana que causa intoxicação alimentar), leptospirose (infecção bacteriana causada por contato com a urina), raiva (infecção viral transmitida por mordida).

Porém, desde que o animal tenha sido adquirido em um local que se preocupe com a saúde, o bem-estar e a higiene dos bichos ali criados, o risco é quase nulo. Visitas regulares ao veterinário também entram na lista de responsabilidades dos tutores.

“Recomendo que o check-up para pets silvestres e exóticos aconteça a cada seis meses. Essas visitas mais frequentes permitem o diagnóstico mais rápido de doenças e identificação de sintomas que, às vezes, podem passar desapercebido”, orienta Erika.

Apesar de territorialistas, os roedores não são animais naturalmente agressivos. Por isso, quando o hamster morde, é sinal de que está desconfortável ou se sentindo vulnerável.

Esse desconforto, por sua vez, pode estar ligado a três fatores principais: socialização inadequada, dor e outros desconfortos físicos e ameaças no ambiente.

Para evitar possíveis mordidas, Tiago recomenda que o tutor se adapte ao manejo correto do pet. “Eu sugiro que eles comprem luvas mais grossas para treinar a pegada. Aos poucos, conforme o animal entende que aquele humano não oferece risco, a tendência é que se torne mais manso”.

Erika também orienta que os familiares procurem entender os pequenos sinais compartilhados pelo bicho através do seu comportamento.

A movimentação da orelha, a abertura e posicionamento dos olhos e das pálpebras, a posição que fica quando se aproxima da gaiola, por exemplo, comunicam o que o pet sente.

“Digo sempre que respeitar os limites, interagir frequentemente com o animal, praticar o reforço positivo, no qual se oferece petiscos ou recompensas quando a interação é aceita, são formas de garantir um tempo de qualidade, e sem mordidas, com o seu hamster”, finaliza.

Laís Seguin
lais.seguin@jpjornal.com.br

LEIA MAIS