Ideia original era criar um espaço de formação de meninas da sociedade da época com atividades manuais
Quem passa pelas avenidas Dona Lídia, Barão de Serra Negra e Dona Francisca, localizadas no bairro Vila Rezende, em Piracicaba e se depara com uma escola azul, não imagina a vasta e significativa história que ela carrega. O Instituto Baroneza de Rezende está diretamente ligado às Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição , fundada em 1843, na Áustria, pela Madre Francisca Lampel.
A semente para o que viria se tornar a escola como a que conhecemos hoje começou a ser plantada fora do Brasil, na Áustria, quando a Madre Joana Batista Minks começou a desenhar, aos seus 66 anos, o projeto. Ao lado de mais cinco irmãs que com ela cruzaram o Atlântico até chegar aqui, foi fundada a primeira escola doméstica para jovens da época, em 19 de março de 1922, dia de São José.
A carta convite, enviada por Lydia de Souza Rezende, filha do Barão de Rezende, foi o empurrão de que precisava para não adiar mais seus desejos de evangelizar no Brasil.
O Baroneza então iniciou suas atividades com o jardim de infância e o ensino primário, além da Escola de Economia Doméstica e Agrícola, que passou a funcionar em junho daquele ano. Foi um trabalho pioneiro. Lá as moças aprendiam como administrar seus lares após se casarem e a colaborar com a renda familiar, com o exercício das atividades culinárias e manuais desenvolvidas pelas educadoras católicas.
De 1922 para cá, a instituição - buscando atender a comunidade escolar - passou a contar, na época, com uma sala de cada série. Atualmente, são atendidas a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.
Há traços educacionais que permanecem até hoje, notados no aspecto cultural/musical – que faz um paralelo com o projeto de Sarau que o Instituto ainda realiza – (interrompido atualmente pela pandemia). O prédio principal de hoje conserva o mesmo aspecto. Foram poucas as modificações ocorridas ao longo desses cem anos. Móveis e objetos da época estão dispostos para visitação e apreciação, formando o patrimônio histórico da escola. São essas marcas que dão as características do que
é ser um Rezendino.
“Quantas mudanças acompanhamos, vivenciamos e presenciamos. Evoluímos e melhoramos muito com o tempo”, diz a professora Cíntia Vitti Mazzotti.
“Fui aluna nessa instituição por nove anos, do pré até a oitava série. Anos depois voltei para atuar. Tenho 37 anos de Instituto Baroneza de Rezende. Sou polivalente e não me vejo praticando outra atividade na minha vida”, contou a professora Fabiane Almeroni Ramiro.
Laís Seguin
lais.seguin@jpjornal.com.br
LEIA MAIS