25 de dezembro de 2024

Cabral

Por José Faganello |
| Tempo de leitura: 3 min

“O conhecido não se deseja” (Ovídio – poeta latino em – A Arte de Viver)

Evidentemente, o poeta Ovídio não se referia às pessoas, pois todos aqueles que se afastaram se suas terras para descobrir novas plagas o faziam por desejar riquezas, elixir da juventude, posse de territórios, enfim, desejavam o incógnito.

Há relatos que foram os chineses que realizaram o primeiro périplo do continente africano, mas em direção contrária a de Bartolomeu Dias primeiro ocidental a dobrar o Cabo Das Tormentas, nome mudado para Cabo da Boa Esperança.

Antes dele, fenícios, gregos, romanos, vikings, talvez tenham feitos percursos não anotados nos anais da História. Colombo conseguiu convencer a rainha da Espanha, por ela, igualmente o rei, que conseguiria alcançar o Oriente, indo em direção ao Ocidente, pois a Terra era redonda, teoria, na época, tida como absurda.

Não chegou a meta almejada, mas descobriu a América.

Portugal optou por contornar o litoral africano; finalmente, em 1498, após dantescas peripécias, Vasco da Gama alcançou as Índias. Retornou com uma carga de especiarias, que revendidas na Europa, proporcionou um lucro 6000,00%, 60 vezes maior do que o investimento.

Para garantir o monopólio, o rei enviou uma frota chefiada por Pedro Álvares Cabral, que não seguiu a rota de Vasco da Gama, afastou-se bastante do litoral africano e acabou descobrindo em 1500, o Brasil.

Há os que acham que foi por acaso, outros não. Não há documentos que validem nenhuma das duas opiniões. Existem, no entanto, indícios que foi proposital, por exemplo, o Tratado de Tordesilhas, anos antes de Cabral ter tomado posse. Por esse tratado com a Espanha, um terço do Brasil já pertencia a Portugal.

Outra prova, assim que tomou posse, rumou para o objetivo principal de sua expedição, comerciar com os indianos.

Ao chegar, ficou sabendo que os nativos não estavam dispostos a comerciar com Portugal. Os canhões de sua esquadra convenceram os indianos a mudar de ideia.

Foi o início da acumulação primitiva de capital, que pouco a pouco, outros países se atiraram a fazer o mesmo. Daí, pirataria, escravização e massacres foram os alicerces do enriquecimento europeu.

França, Holanda, Inglaterra, Espanha se dedicaram à expansão marítima. Todas chegaram ao Oriente e adquiriram colônias na África, América e Ásia.

Um fato espetacular foi a expedição comandada por Fernão de Magalhães, português a serviço da Espanha. Ele contornou o litoral leste da América do Sul e atravessou o estreito que levaria seu nome, alcançando o Oceano Pacífico. Ao chegar às Filipinas, foi morto pelos nativos. O Espanhol Sebastián Elcano assumiu o comando, conseguindo completar a viagem até a Espanha; foi a primeira volta ao mundo confirmando a teoria de Cristóvão Colombo.

Veio-me em mente esse artigo, ao querer fazer uma referencia ao meu acumputurista, Dr. Cabral, natural do Amapá, que veio parar em nossas plagas. Como não tenho conhecimento de suas façanhas, discorri sobre o personagem anterior, descobridor do Brasil, talvez seu antepassado.

Dr Raimundo Cabral está espetando agulhas que me foram aconselhadas pelo ortopedista Dr. Daniel Ricardo Medeiros. Incrédulo, espero que, de fato, essa terapia oriental consiga afastar os incômodos que me afligem.

Cabral descobriu o Brasil, por minha vez, descobri o Dr. Cabral, que enquanto me espeta, conta-me histórias e lendas da Amazônia, que desconheço e ao mesmo tempo me deu assunto para esse artigo que relembra fatos de nossa História Colonial. Ele deve estar incomodado com seu xará do Rio de Janeiro, que conseguiu sujar esse nome que ficou gravado na nossa História, com um feito memorável, enquanto esse deixa-nos um Estado falido e um terrível mau exemplo para nossa juventude. Os exemplos arrastam.

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