O dia dos pais tem uma origem semelhante ao dia das mães e foram datas criadas pelo comércio, mas também para fortalecer os laços familiares e o respeito àqueles que nos deram a vida. Nem sempre os conceitos de família acompanham as desenfreadas mudanças nas formas de viver, portanto vale refletir e pensar nos princípios que norteiam as diferentes relações de familiares e parentesco que existem como pais de criação, pais separados que casam novamente, avós, tios que exercem a função paterna, materna, enfim possibilidades diversas. Porém, como se configura essa convivência e o grande desafio que leva a ultrapassar o velho modelo de família. Cada individuo deve buscar o melhor formato de convívio e contribuição de acordo com sua realidade, mas o envolvimento ativo e constante durante todo o processo de desenvolvimento biopsicossocial é fundamental na vida de pais e filhos.
Nesse último domingo comemoramos o dia dos pais, momento perfeito para uma reflexão sobre a importância da paternidade e a consolidação desse papel que, por muito tempo, limitaram a atuação dos homens devido às crenças infundamentadas. Para falarmos sobre pais na nossa sociedade é importante citar o patriarcado, o machismo, conceitos associados a masculinidade que sempre estiveram vinculados a paternidade com a capacidade de prover financeiramente a família.
Atualmente, temos modelos que desconstroem a ideia de homem “provedor”, pois no decorrer da história o ‘’menino’’ não é preparado para ser pai e, quando isso acontece, surgem as angustias, devido essa escassez em relação a essa preparação, sendo o principal ponto a ser pensado para os conflitos masculinos. Já no caso das ‘’meninas’’, essas são desde muito cedo estimuladas a exercerem as funções maternas, iniciadas com as brincadeiras de bonecas, casinha, comidinha, remetendo ao contexto de acolhimento, assim fundamentando que os valores sociais elegem as mulheres como responsáveis pela criação dos filhos.
Para entendermos melhor o mundo dos pais, podemos citar a licença paternidade, pois quando abordamos sobre cuidados de pais com filhos, o que podemos considerar com uma licença que tem duração de cinco dias. Abordando ainda sobre a lei 13.257/2016, que aponta o objetivo de estender a licença paternidade para vinte dias, vale apontar que isso ocorre apenas em alguns casos, pois as opções pela inserção da licença oferecidas pelas empresas não são obrigatórias, e os benefícios são pagos pelos empregadores caso não julguem necessário se ausentarem pelos dias concedidos, e essa reflexão ajuda a entender o papel do pai na sociedade, do seu valor e importância no desenvolvimento na vida da criança.
Pesquisas apontam como o homem é envolvido na vida dos filhos, desde a descoberta da gravidez, parto, licença paternidade e após o nascimento do filho, a responsabilidade na educação e ao longo da vida. Vale pensar a importância da paternidade na construção de toda a identidade do individuo. São enormes os benefícios dos homens ao assumirem cuidados com os filhos, auxiliando na construção de vínculos afetivos mais fortalecidos, além é claro, de estudos apontarem que crianças com modelos paternos fortalecidos, apoiados pelo afeto são mais propensas a serem seguras e protegidas da violência, lidando com mais facilidades às tensões da vida.
Vale para os homens reflexões para desconstruírem barreiras que limitam a paternidade, e construírem a compreensão de que, ser pais, estende-se muito além de somente prover o sustento familiar, podendo integrar com a mãe no cuidado à criação e formação dos filhos. Importante dentro dos lares espaços de discussões sobre como a paternidade pode acontecer de maneira afetiva, fortalecendo as relações entre filhos e pais.