16 de julho de 2024

Atendimento remoto do INSS: prorrogação e problemas

Por Matheus Erler |
| Tempo de leitura: 3 min

O governo federal, depois de muita pressão por partes dos servidores públicos corretamente preocupados com a saúde da população, informou esta semana o adiamento da data de abertura das agências físicas, previsto para o dia 13 de julho.

A decisão – claramente alheia à vontade do comando do país – mantem expostos problemas que os beneficiários vêm apontando desde o início da pandemia e, até mesmo antes, com a mudança de sistemas de tecnologia que foram substituídos, acumulando problemas por todos os cantos.

Desde a implantação das mudanças impostas pela Reforma da Previdência, temos apontado a necessidade de melhor a comunicação e a informação levada ao público usuário do serviço. Vale ressaltar que a grande maioria dos cidadãos que busca no INSS uma solução, seja para aposentadoria ou benefícios diversos, é de idosos com pouca ou nenhuma familiaridade com recursos tecnológicos. Em que pese os aparelhos celulares smartphones tem se popularizados, a situação mais comum é que os idosos precisam de ajuda de terceiros para manipular o sistema, tornando-se presas fáceis para pessoa mal intencionadas que, de alguma forma, acabam tendo acesso a dados que deveriam ser sigilosos.

Assim, acumulam-se pelo país, não apenas as dificuldades de acesso, mas também o número de golpes cometidos contra pessoas que estão em vias de obter sua aposentadoria e que são abordaram, principalmente, para efetuarem empréstimos consignados. Com os efeitos da pandemia do coronavírus, esta suscetividade é ainda maior.

O importante, diante desta realidade, é que os familiares ampliem a atenção junto aos seus idosos, já beneficiários do INSS ou que ainda buscam benefícios, a fim de protegê-los de qualquer acesso indevido aos seus dados. Até mesmo uma ligação de telefone pode causar graves problemas pela cessão de dados, senhas e outas informações pessoais.

Esta atenção redobrada com a pandemia deve perdurar mesmo após ela. Então, é crucial acompanhar as decisões que interessam diretamente aos cidadãos. O atendimento exclusivo por meio de canais remotos está prorrogado até o dia 31 de julho e também será mantido após a reabertura das agências. A expectativa é que a abertura, neste primeiro momento, seja para seis horas e o exclusiva aos segurados e beneficiários com prévio agendamento pelos canais remotos.Ou seja, volta-se ao ponto da grande dificuldade de acesso, principalmente aqueles que não se familiarizam com o sistema que, sim, possui tutoriais e orientações de acesso. Mas são treinamentos também virtuais.

A expectativa e a necessidade do povo brasileiro é que – com toda a segurança devido a tratar-se de grande número de pessoas integrantes do grupo de risco da Covid 19 - é que sejam retomados os serviços que não possam ser realizados por meio dos canais de atendimento remotos. Entre estes serviços, deverão estar as perícias médicas, avaliação social e reabilitação profissional.

O compromisso que o Ministério da Economia está assumindo é que a reabertura vai considerar o perfil de cada agência, analisando o quadro de servidores e contratados, o volume de atendimentos, espaço físico, limpeza, equipamentos de proteção individual e coletiva. E, espera-se, que as agências que não tiverem condições de oferecer segurança a todos, que não abram e que se pense novas formas de auxiliar todos os usuários a terem maior facilidade de acesso remoto.