06 de outubro de 2024

Recuperados da Covid-19, porém suscetíveis ao estresse pós-traumático

Por Ana Pascoalete |
| Tempo de leitura: 3 min

Muitas pessoas em todo o mundo já são consideradas recuperadas da covid-19, doença que se espalhou por cento e oitenta países de todos os continentes e foi declarada uma pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em março de 2020. A infecção causada pelo coronavírus SarsCOV- 2 já contagiou mais de quatro milhões de pessoas no planeta, e como a letalidade do vírus não está entre as mais elevadas, muitas pessoas contaminadas vão juntar-se aos recuperados em um futuro próximo.

Devido a covid-19 ser um inimigo novo e invisível, todos os dias surgem novas descobertas Os cientistas e equipes de profissionais da linha de frente na área da saúde se reinventam diariamente em suas práticas, na batalha em prol de salvar vidas.

Médicos brasileiros da linha de frente contra o coronavírus têm identificado que os sintomas de pneumonia, às vezes demoram para aparecer e o paciente chega ao hospital em estado crítico, pior que o esperado. A falta de ar costuma disparar alarmes que podem sinalizar a morte, porém na covid-19 as restrições do corpo pela falta de oxigênio que instala-se silenciosamente pode tardar a procura por ajuda.

Muitas pessoas já recuperadas estão vivendo a oportunidade de relatarem a experiência no decorrer do adoecimento até atingirem a recuperação. Abordando a dificuldade no decorrer de todo o período de hospitalização com os cuidados da UTI, sem contato com demais pessoas do convívio, além da equipe de profissionais da saúde responsáveis pelos seus cuidados.

Sobreviventes de casos graves destacaram que esses profissionais atuaram substituindo o papel dos familiares, amigos, estimulando lutarem pela sua recuperação. Por ser esta também, uma doença triste e solitária existe nos acometidos a necessidade de controlarem a ansiedade, medo, tristeza, desespero, na tentativa de não piorar a saúde mental, agravando ou estimulando transtorno do estresse pós-traumático.

A maioria dos sobreviventes relata o medo da morte ou ainda receio de que a família não recebesse notícias sobre seu quadro. Profissionais da saúde que foram infectados durante os plantões, relatam que o que ajudou muito nos momentos de dificuldades -, além da confiança no profissionalismo e técnica dos colegas -, foi a fé.

A debilidade do corpo, por meio de febre, dores, tosse, perda do olfato, paladar, tudo muito assustador, atém mesmo em casos de indivíduos saudáveis, com a condição da alimentação saudável e atividades físicas constantes, não pouparam o agravamento da doença. No entanto, vale ressaltar que bons hábitos podem ter sido fundamentais para sua recuperação.

Ainda para a cura da doença de acordo com especialistas é necessário completar o ciclo que quatorze dias da doença e ainda mais três dias sem sintomas. Quando o paciente não apresenta complicações e sintomas nesse período, é considerado curado clinicamente. Caso o paciente precise ir à UTI e tenha complicações, mesmo completando os quatorze dias, só será possível ser considerado recuperado quando todas as complicações forem solucionadas, assim o tempo poderá se estender dos dezessete dias sugeridos.

Percebe-se que muitos recuperados são pessoas que apresentam algumas sequelas e sintomas e que ainda que não é possível a certeza de quanto tempo vai demorar para passar. Vale abordar a importância de toda a população cuidar da sua saúde psíquica nesse momento de pandemia, devido especialistas apontarem para um aumento dos problemas de saúde mental como herança desse momento.

Assim lembrando que o estresse pós-traumático pode surgir a qualquer momento da vida dos indivíduos expostos ao trauma, conflito. Procurar por ajuda psicológica é uma maneira de manter-se saudável mediante esse período de grande estresse emocional.