23 de novembro de 2024

Não queremos pagar para ver

Por Professora Bebel |
| Tempo de leitura: 2 min

Em meio a uma pandemia, o que se esperaria de um governo sério? Que, no mínimo, aprendesse com a experiência internacional, com quem tem tomado medidas eficazes para evitar a proliferação do Coronavírus. Mas, infelizmente, não podemos contar com esse “governo sério”. Em SP, João Doria parece estar mais interessado em garantir que seus amigos empresários sigam ganhando dinheiro do que em realmente proteger a população.

Por enquanto, o governador se limita a fazer recomendações, solicitando gentilmente que as pessoas não participem de grandes eventos, que evitem locais com muita gente e, demonstrando toda a sua irresponsabilidade, permitindo que as escolas sigam funcionando.

Concretamente, Doria está pagando para ver. Está esperando a catástrofe se confirmar para tomar a decisão que já deveria ter tomado. Não podemos permitir isso. Sendo assim, e considerando as orientações divulgadas pela Organização Mundial de Saúde, a Apeoesp continua exigindo a suspensão imediata e total das aulas na rede estadual de ensino e responsabilizará o governo do Estado por contágios ou eventuais óbitos que venham a ocorrer em virtude de sua atitude de manter as escolas funcionando até dia 23 e, depois, funcionários e equipes gestoras nas unidades escolares.

A decisão de suspensão gradativa das aulas não tem nenhuma base científica, não tem lógica. É uma aberração, um absurdo, um desrespeito com professores, estudantes, funcionários, equipe gestora. As escolas devem ser totalmente fechadas até que a crise seja superada. O governo sequer assegura nas unidades de ensino condições mínimas de higiene, como álcool gel, desinfetantes, sabonete, papel higiênico e, em alguns locais, até mesmo chega a faltar água.

Nesse triste episódio, Doria, mais uma vez, segue seu mestre Jair Bolsonaro. O presidente da República, aquele que deveria dar o exemplo, saiu de sua quarentena para apoiar um ato contrário à democracia e, como se não bastasse, cumprimentou centenas de pessoas que, agora, correm risco, bem como todas aquelas que tiveram contato com elas.

Países com número bem menor de casos fecharam suas fronteiras, tiraram as pessoas das ruas, bares, praias etc. No Brasil, Jair Bolsonaro, apesar de ter mais de uma dezena de pessoas da sua própria equipe contaminada, ainda acredita que o perigo do Coronavírus seja mais uma invenção da imprensa.

Nesse momento tão difícil para o mundo todo, aqui estamos nós, totalmente abandonados pelos governos que nos largam à nossa própria sorte. Não queremos pagar para ver. Exigimos que todas as medidas necessárias sejam tomadas. Agora!