29 de novembro de 2024
Ideias

Que nuvem mostra a selfie de felicio?

Por Guilhermo CodazziJornalista e escritor, editor-chefe de OVALE e Gazeta de Taubaté |
| Tempo de leitura: 2 min

"Política é como nuvem, quando você olha ela está de um jeito. Quando olha de novo, já mudou". Lapidar, a sentença de Magalhães Pinto (1909-1996), ex-governador mineiro na década de 1960, é verdadeira, apesar de já ter tornado-se um clichê. O fato é que, com o avanço da tecnologia, que gerou outra nuvem -- de dados -- e possibilitou a rápida proliferação da informações, as alterações no cenário político acontecem de maneira ainda mais dinâmica. Bom, se a política é como uma nuvem, em meio ao céu eleitoral, qual é a previsão do tempo?

Para responder a essa pergunta, de interesse do eleitor e também dos candidatos, é preciso fotografar a nuvem. Como?

É o que fazem as pesquisas eleitorais, uma tradição de OVALE.

Essa foto, tirada sem filtro, edição ou Photoshop, mostra para o (e)leitor a parcial da corrida pelo voto, além de ajudar a redefinir a estratégia de campanha adotada pelos candidatos nesse tão complexo xadrez das urnas.

Levantamento OVALE/TV Band Vale/Paraná Pesquisas, divulgado na íntegra nesta edição, mostra a largada na briga pelo Paço Municipal de São José dos Campos.

E o que diz a foto?

Céu de brigadeiro para o tucano Felicio Ramuth (PSDB), candidato a reeleição. Na estimulada, ele tem 47,4% das intenções de voto, disparado à frente dos 10 outros concorrentes -- somados, os adversários têm 34,4%, o que evidencia a possibilidade de vitória no primeiro turno, como ocorreu em 2016, quanto o atual mandatário derrotou Carlinhos Almeida (PT). A vantagem é imensa.

Ao que tudo indica, até aqui, Felicio obteve sucesso na estratégia de angariar apoio entre eleitores de direita, mais alinhada com Jair Bolsonaro, ao adotar uma postura que destoava do governo João Doria (PSDB) no combate à pandemia, cobrando maior flexibilização da quarentena.

Aliás, de forma geral, a Covid-19 favorece a reeleição, dizem especialistas. E por dois fatores: os prefeitos tiveram protagonismo neste período; as restrições impostas às campanhas, devido ao isolamento, com uma menor possibilidade de corpo a corpo, limitam a ação dos candidatos, o que dificulta a estratégia de quem precisa ganhar espaço, aparecer.

Adepto das selfies, Felicio está a um passo de um novo Paço.

É o que revela a fotografia..