25 de dezembro de 2024
Filipe Rosa

Desglobalização

Por Filipe Rosa, sócio da Capitólio Investimentos e fundador da ComCiência Educacional @sejacomciencia |
| Tempo de leitura: 2 min
Desglobalização

Se você ainda não conhece ou nem ouviu falar no termo “Desglobalização”, “deglobalization” ou até “slowbalization”, leia esse artigo e se prepare, pois segundo diversos especialistas, esse processo será uma realidade ainda mais forte na nossa atual “década de 20”.

Como o próprio nome sugere, estamos falando do inverso da globalização. Conceituando, globalização é o processo que o mundo viveu entre final da 2ª Guerra Mundial até, aproximadamente, o ano de 2008, com força total. Distâncias cada vez menores, investimentos no exterior, importações e exportações a todo vapor.

No entanto, em 2008 tivemos uma enorme crise no sistema financeiro dos EUA. Foi uma quebradeira de empresas e pessoas, falências, um show de horror. E o que sabemos e sempre repetimos? Incerteza sobre futuro gera perda de credibilidade no presente. Se eu concentro meus investimentos em outro país ou minha produção depende da importação de determinado produto do exterior, vou colocar uma lupa e olhar com muito mais atenção para a geopolítica daquela nação.

Pois bem, empresas começaram gradualmente a desenvolver suas próprias linhas de fabricação dentro das fronteiras de seus países sede. Isso foi de fato gradual e lento desde a crise de 2008.

Em 2020, a pandemia do COVID-19 catalisou esse processo. Fronteiras fechadas, circulação de pessoas e bens restrita. Isso obrigou fabricantes de diversas linhas de produtos a repensarem seus business e, a fim de diminuir incertezas futuras, trazerem o máximo de processos para “debaixo das asas”.

Em 2022, como se já não bastasse um cenário global pandêmico, ainda presenciamos a escalada de tensões entre Rússia e Ucrânia. Essa guerra escancarou para todos os líderes globais o quanto a interdependência de produtos e serviços pode ser nociva às suas próprias economias. O exemplo mais clássico disso é que, aproximadamente, 50% da matriz energética da Alemanha dependia/depende de importação de gás natural russo.

 "A economia russa, que é muito importante em termos de commodities que são chave, como óleo e gás, será desvinculada do restante do Ocidente. Não há como reconstruir as relações econômicas quando o presidente dos EUA chama Vladimir Putin de criminoso de guerra", afirmou Ian Bremmer, fundador da consultoria de risco político Eurasia Group.

Esbarramos novamente em qual conceito da Educação Financeira? C-R-E-D-I-B-I-L-I-D-A-D-E !